2011-03-03 12:42:59

Liberdade religiosa no centro dos direitos humanos. Dimensão espiritual da vida é de extrema importância.


(3/3/2011) O observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas, em Genebra, o Arcebispo Silvano Maria Tomasi, interveio esta quarta feira durante a, 16ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, sobre o tema da liberdade religiosa.
“No centro dos Direitos Humanos – iniciou D. Tomasi -, estão a liberdade religiosa, a liberdade de consciência e a liberdade de crença. Elas fazem parte da formação da personalidade de cada um e tornam possível a vivência dos outros Direitos Fundamentais.”
Para o representante da Santa Sé - e conforme explicitado na Declaração da Onu para a Eliminação da Discriminação Religiosa – “a dimensão espiritual da vida é de extrema importância para a existência humana”. Essa dimensão, contudo, tem sido desrespeitada em diversas partes do mundo - conforme lembrou o prelado -, com a proliferação dos episódios de violências contra minorias religiosas, ferindo um princípio que é, inclusive, protegido pela lei.
O arcebispo Silvano Tomasi salientou o dever do Estado de defender o direito à liberdade religiosa e de criar um ambiente no qual esse direito possa ser usufruído. Deu relevância a três aspectos importantes. Primeiro, salientou que o direito de expressar e praticar a religião inclui o direito a realizar actos de caridade e serviços sociais, tais como fornecer assistência médica e educação através das instituições religiosas.
Em segundo lugar, lembrou que as instituições religiosas são parte da sociedade civil, e não ramificações do Estado. Tolerância religiosa inclui o respeito das diferentes opiniões e o respeito também das diferenças entre as instituições estatais e as religiosas.
Por último, esclareceu que o direito a escolher, em determinado momento da vida, praticar uma religião diferente da sua original, não significa que toda a verdade seja relativa e que uma religião já não seja plenamente válida. “O direito de adoptar uma religião e de trocar de religião é baseado no respeito pela dignidade humana, e o Estado deve permitir a liberdade para a busca pessoal da verdade”, explicou D. Tomasi.
Concluindo, recordou as palavras de Bento XVI durante seu discurso aos membros do corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé, proferido no início do ano: “liberdade religiosa é o caminho para a paz. E a paz é construída e preservada somente quando os seres humanos podem, livremente, buscar e servir a Deus nos seus corações, nas suas vidas e nas suas relações com os outros.”








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