Trípoli, 02 mar (RV) - O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, afirmou
que a situação na fronteira entre Líbia e Tunísia está perto de uma “crise humanitária”.
Segundo
a agência, 140 mil pessoas já fugiram da violência política causada pela repressão
aos protestos antigoverno na Líbia. Somente nesta terça-feira, 14 mil chegaram às
fronteiras do Egito e da Tunísia.
Pelo menos mil pessoas podem ter morrido
desde o início das manifestações contra o regime do líder líbio Muammar Kadafi.
Em
entrevista à Rádio ONU de Paris, o porta-voz do Acnur, William Spindler, disse que
africanos subsaarianos estão sendo perseguidos após relatos de que eles “estariam
atuando como mercenários”.
“Por causa disso alguns migrantes ou refugiados
africanos vivem na incerteza, não podem sair, movimentar-se ou buscar proteção por
temor de serem atacados por esta confusão. (...) Temos uma equipe no interior da Líbia,
disse o porta-voz do Acnur. São cerca de 20 pessoas sem a capacidade de apoiar os
refugiados internos e estes precisam de um apoio importante”, afirmou.
O Acnur
informou que a maior dificuldade é com o transporte dos trabalhadores estrangeiros.
Há escassez também de água potável. Ontem, terça-feira, a agência montou 500 tendas
para receber os refugiados. O Acnur está planejando a chegada de aviões com mais ajuda
humanitária. (SP)