Roma, 28 fev (RV) - Sayed Musa, 45 anos, funcionário da Cruz Vermelha preso
em 31 maio de 2010 no Afeganistão, após sua conversão do islamismo ao cristianismo,
motivo pela qual foi condenado à morte sob acusação de apostasia, foi libertado na
noite de sábado último. Foi o que declarou à agência Fides, o seu advogado, Afzal
Nooristani, que também é diretor da Organização de Assistência Judiciária do Afeganistão,
uma organização que trata da assistência jurídica e da proteção dos direitos humanos.
A
libertação de Musa é um resultado da pressão da comunidade internacional e especialmente
do governo dos EUA; agora, o homem provavelmente encontrará asilo político no Paquistão,
onde vive parte de sua família. Para um caso que se resolve com êxito positivo, no
entanto, há outros ainda pendentes como o de outro afegão convertido, Ahmad Shah.
“Precisamos de uma reforma global do sistema jurídico – disse Nooristani -
mas o país está passando atualmente por um complexo de problemas e desafios como o
terrorismo, a presença de forças ultraconservadoras e da imprecisão da classe política
que torna tudo mais difícil”. A Constituição do Afeganistão declara o Islã religião
do Estado, mas reconhece aos seguidores de outras religiões o direito de culto na
forma prevista pela lei. A Sharia é também a fonte do direito, e há leis que prevêem
a pena de morte para a apostasia e blasfêmia. (SP)