(27/2/2011) O Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, apresentou, ao arcebispo
de Genova e presidente da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Angelo Bagnasco,
o relatório “A Condição da Infância no Mundo, 2011 – Adolescência: uma Fase de Oportunidades”.
Trata-se de 138 páginas que evidenciam detalhadamente os enormes desafios de vida
e de desenvolvimento que os adolescentes têm de enfrentar até chegar à idade adulta.
“Os
adolescentes são o caso mais crítico, e, entretanto, representam a melhor ocasião
para um exame de consciência para nós, adultos”, disse o Cardeal Bagnasco durante
a apresentação. O relatório considerou como adolescentes as pessoas de 10 a 19 anos
de idade. São um bilião e 200 milhões de adolescentes no mundo, o que corresponde
a 18% da população global.
Desse total, 88% vive em países ditos “em desenvolvimento”
- em maior número na África subsaariana e na Ásia meridional. A previsão é de que,
até meados deste século, mais de 50% dos adolescentes estarão concentrados no Continente
Africano.
Entre os principais desafios enfrentados por esses jovens, o relatório
do UNICEF aponta a instabilidade económica , a degradação ambiental, o envelhecimento
da população mundial e o agravamento das crises humanitárias. Tudo isso resulta em
violência, desnutrição e altas taxas de mortalidade, que atingem em especial os que
estão a passar pela adolescência.
Os dados são impressionantes: mais de 70
milhões de jovens mulheres sofreram mutilação dos órgãos genitais; somente 19% dos
jovens conhecem os riscos do HIV/SIDA e um terço dos seropositivos tem entre 15 e
24 anos; 25% das mulheres africanas tiveram filhos antes dos 18 anos. E ainda: um
a cada cinco adolescentes sofre de alguma doença psicológica; quase metade dos adolescentes
do mundo não frequenta a escola secundária e tem o triplo da probabilidade de um
adulto de ficar desempregada no futuro.
E por falar em desemprego, recordamos
também o trabalho infantil: 150 milhões já trabalham antes dos 14 anos, claramente
em sub empregos, em condições de exploração.
Segundo o Cardeal Bagnasco, “essas
são feridas, contradições e violações que, além de gerarem preocupação e desaprovação,
devem acordar-nos para o rumo que damos às nossas escolhas e responsabilidades maiores
e mais profundas”. “Por esse motivo – explicou o purpurado – o desafio da educação
será o tema do compromisso pastoral dos bispos italianos para os próximos dez anos.”
O
estudo do Unicef sugere que investimentos na protecção e no desenvolvimento de adolescentes
pode romper ciclos de pobreza.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, pede
que o mundo invista mais em educação, saúde e outras medidas de qualidade de vida