UNICEF ENTREGA A CARDEAL BAGNASCO SEU RELATÓRIO DE 2011 PARA A INFÂNCIA E A ADOLESCÊNCIA
Cidade do Vaticano, 26 fev (RV) - O Fundo das Nações Unidas para a Criança,
o UNICEF, apresentou, em antemão, ao arcebispo de Genova e presidente da Conferência
Episcopal Italiana, Cardeal Angelo Bagnasco, o relatório “A Condição da Infância no
Mundo, 2011 – Adolescência: uma Fase de Oportunidades”. Trata-se de 138 páginas que
evidenciam detalhadamente os enormes desafios de vida e de desenvolvimento que os
adolescentes têm de enfrentar até chegar à vida adulta.
“Os adolescentes são
o caso mais crítico, e, entretanto, representam a melhor ocasião de um exame de consciência
para nós, adultos”, disse o Cardeal por essa ocasião. O relatório considerou como
adolescentes as pessoas de 10 a 19 anos de idade. São um bilhão e 200 milhões de adolescentes
no mundo, o que corresponde a 18% da população global.
Desse total, 88% vivem
em países ditos “em desenvolvimento” - em maior número na África subsaariana e na
Ásia meridional. A previsão é de que, até a metade deste século, mais de 50% dos adolescentes
estejam concentrados no Continente Africano.
Entre os principais desafios
enfrentados por esses jovens, o relatório aponta a instabilidade econômica, a degradação
ambiental, o envelhecimento da população mundial e o agravamento das crises humanitárias.
Tudo isso resulta em violência, desnutrição e altas taxas de mortalidade, que atingem
em especial os que estão passando pela adolescência.
Os dados impressionam:
mais de 70 milhões de jovens mulheres sofreram mutilação dos órgãos genitais; somente
19% dos jovens conhecem os riscos do HIV/AIDS e um terço dos soropositivos tem entre
15 e 24 anos; 25% das mulheres africanas tiveram filhos antes dos 18 anos. E mais:
um a cada cinco adolescentes sofre de alguma doença psicológica; quase a metade dos
adolescentes do mundo não freqüenta a escola secundária e tem o triplo da probabilidade
de um adulto de ficar desempregada no futuro.
E por falar em desemprego, recordamos
também o trabalho infantil: 150 milhões já trabalham antes dos 14 anos, claramente
em subempregos, em condições de exploração.
Segundo o Cardeal Bagnasco, “essas
são feridas, contradições e violações que, além de gerarem preocupação e desaprovação,
devem acordar-nos para o rumo que damos às nossas escolhas e responsabilidades maiores
e mais profundas”. “Por esse motivo – explicou o purpurado – o desafio da educação
será o tema do compromisso pastoral dos bispos para os próximos dez anos.”
O
estudo do Unicef sugere que investimentos na proteção e no desenvolvimento de adolescentes
pode romper ciclos de pobreza.
Entre 1998 e 2008, o Brasil conseguiu reduzir
a taxa de mortalidade infantil preservando a vida de 26 mil crianças. Porém, no mesmo
período, 81 mil adolescentes brasileiros, entre 15 e 19 anos, foram assassinados.
A Organização pede que o mundo invista mais em educação, saúde e outras medidas de
qualidade de vida. (ED)