2011-02-26 13:46:36

UNICEF ENTREGA A CARDEAL BAGNASCO SEU RELATÓRIO DE 2011 PARA A INFÂNCIA E A ADOLESCÊNCIA


Cidade do Vaticano, 26 fev (RV) - O Fundo das Nações Unidas para a Criança, o UNICEF, apresentou, em antemão, ao arcebispo de Genova e presidente da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Angelo Bagnasco, o relatório “A Condição da Infância no Mundo, 2011 – Adolescência: uma Fase de Oportunidades”. Trata-se de 138 páginas que evidenciam detalhadamente os enormes desafios de vida e de desenvolvimento que os adolescentes têm de enfrentar até chegar à vida adulta.

“Os adolescentes são o caso mais crítico, e, entretanto, representam a melhor ocasião de um exame de consciência para nós, adultos”, disse o Cardeal por essa ocasião. O relatório considerou como adolescentes as pessoas de 10 a 19 anos de idade. São um bilhão e 200 milhões de adolescentes no mundo, o que corresponde a 18% da população global.

Desse total, 88% vivem em países ditos “em desenvolvimento” - em maior número na África subsaariana e na Ásia meridional. A previsão é de que, até a metade deste século, mais de 50% dos adolescentes estejam concentrados no Continente Africano.

Entre os principais desafios enfrentados por esses jovens, o relatório aponta a instabilidade econômica, a degradação ambiental, o envelhecimento da população mundial e o agravamento das crises humanitárias. Tudo isso resulta em violência, desnutrição e altas taxas de mortalidade, que atingem em especial os que estão passando pela adolescência.

Os dados impressionam: mais de 70 milhões de jovens mulheres sofreram mutilação dos órgãos genitais; somente 19% dos jovens conhecem os riscos do HIV/AIDS e um terço dos soropositivos tem entre 15 e 24 anos; 25% das mulheres africanas tiveram filhos antes dos 18 anos. E mais: um a cada cinco adolescentes sofre de alguma doença psicológica; quase a metade dos adolescentes do mundo não freqüenta a escola secundária e tem o triplo da probabilidade de um adulto de ficar desempregada no futuro.

E por falar em desemprego, recordamos também o trabalho infantil: 150 milhões já trabalham antes dos 14 anos, claramente em subempregos, em condições de exploração.

Segundo o Cardeal Bagnasco, “essas são feridas, contradições e violações que, além de gerarem preocupação e desaprovação, devem acordar-nos para o rumo que damos às nossas escolhas e responsabilidades maiores e mais profundas”. “Por esse motivo – explicou o purpurado – o desafio da educação será o tema do compromisso pastoral dos bispos para os próximos dez anos.”

O estudo do Unicef sugere que investimentos na proteção e no desenvolvimento de adolescentes pode romper ciclos de pobreza.

Entre 1998 e 2008, o Brasil conseguiu reduzir a taxa de mortalidade infantil preservando a vida de 26 mil crianças. Porém, no mesmo período, 81 mil adolescentes brasileiros, entre 15 e 19 anos, foram assassinados. A Organização pede que o mundo invista mais em educação, saúde e outras medidas de qualidade de vida. (ED)







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