PAPA FALA AOS PARTICIPANTES DA 17ª ASSEMBLEIA GERAL DA PONTIFÍCIA ACADEMIA PARA A
VIDA
Cidade do Vaticano, 26 fev (RV) – Ao meio dia deste sábado, o Santo Padre recebeu
em audiência, na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da 17ª Assembléia
Geral da Pontifícia Academia para a Vida. Os membros desse organismo estão reunidos
desde 24 de fevereiro para debater dois importantes temas: “os bancos de cordões umbilicais”
e o “trauma pós-aborto”.
O encontro com o Papa encerra os trabalhos da Assembléia.
Em seu discurso aos participantes, Bento XVI falou sobre os assuntos por eles abordados.
“A síndrome pós-abortiva – disse o Santo Padre – é o distúrbio psicológico enfrentado
pelas mulheres que recorreram ao aborto, e ele revela a voz da consciência moral,
inata ao ser humano, que está voltada para o bem”.
A esse respeito, o Pontífice
chamou a atenção para a responsabilidade não só da mãe, mas também do pai diante de
uma vida que está por nascer. “Muitas vezes – disse o Papa -, os pais abandonam a
esposa grávida”, que se encontra sozinha diante dessa responsabilidade.
O
Pontífice falou longamente sobre a consciência moral, que é intrínseca a todo ser
humano e, portanto, não pode ser reduzida a um comportamento externo e nem é uma prerrogativa
dos cristãos ou dos que crêem, mas é um elemento comum a todo o ser humano.
Diante
da responsabilidade para com essa consciência moral, Bento XVI lembrou do papel dos
médicos e dos profissionais da saúde, que lidam diretamente com os casos de aborto.
Mas falou também sobre a responsabilidade dos pesquisadores e de toda a sociedade
civil.
Bento XVI relembrou ainda as palavras dirigidas pelo Papa João Paulo
II às mulheres que recorreram ao aborto: “a Igreja sabe quantos elementos podem ter
influenciado nas vossas decisões – disse o Pontífice em 1999 - e tem certeza de que,
na maioria dos casos, foi uma decisão muito dolorosa, até dramática. (...) Não se
deixem desencorajar e não percam as esperanças. (...) Deixem-se ajudar pelo conselho
de pessoas amigas e competentes - com os vossos sofridos testemunhos, vocês poderão
estar entre os mais eloqüentes defensores do direito de todos à vida”. (Enc. Evangelium
vitae, 99)
O Santo Padre falou ainda sobre os bancos de cordões umbilicais
para fins clínicos e de pesquisa. “A pesquisa médico-científica é um valor e, portanto,
um compromisso, não só para os pesquisadores, mas para toda a sociedade civil” -,
disse o Papa. Surgem o dever de promoção de pesquisas eticamente válidas por parte
das instituições e a importância da solidariedade de cada um para com as atitudes
que busquem promover o bem.”
O Pontífice comentou então o uso das células tronco
provenientes dos cordões umbilicais, afirmando tratar-se de aplicações clínicas importantes
no plano científico, as quais, porém, dependem da generosidade da doação da matéria
após o parto e da adequação da estrutura hospitalar para tanto. Por fim, lançou a
todos nós um convite, para que nos façamos promotores de uma verdadeira solidariedade
humana e cristã. (ED)