Assiut, 25 fev (RV) - Talvez um assalto, possivelmente um homicídio por motivos
religiosos. A polícia que investiga a morte ocorrida provavelmente na terça-feira
última do sacerdote copta, Padre Daoud Boutros, ainda tem que estabelecer o motivo.
Segundo fontes locais, a descoberta do cadáver do religioso - que residia em Assiut,
uma cidade 350 km ao sul do Cairo - foi feita pela sua filha, que durante dois dias
tentou, em vão, manter contato com o pai através do telefone. Outras fontes falam
de uma descoberta feita pelo assistente do padre Boutros.
O que parece no
momento mais evidente foi o que referiu a polícia: depois de entrar no apartamento
onde Padre Boutros residia, descobriram o corpo atingido por várias facadas, e ao
redor alguns sinais evidentes de roubo. Alguns vizinhos teriam visto alguns homens
mascarados saírem do apartamento dizendo: "Allah Akbar," Deus é grande ", o que poderia,
se confirmado, comprovar a hipótese de homicídio por motivos religiosos.
A
morte do Padre Boutros agravou o clima da comunidade ortodoxa egípcia, já duramente
provada pelo atentado do final de ano, em Alexandria, que matou 23 pessoas. Testemunhas
disseram que centenas de coptas manifestaram quarta-feira à noite em frente à Catedral,
no centro do Cairo, contra a morte do sacerdote. Enquanto o jornal local Al Masry
Al Youm escrevia ontem sobre a reação de alguns milhares de coptas ortodoxos contra
a comunidade islâmica de Assiut. (SP)