2011-02-23 12:28:15

ÁFRICA: "PRIMAVERA ÁRABE"


Cidade do Vaticano, 23 fev (RV) - Nas últimas horas foram aprovados diversos planos de evacuação para permitir que os cidadãos estrangeiros deixem a Líbia, local de confrontos sangrentos e violências. Mas há aqueles que não querem deixar o país para continuar a manifestar a sua proximidade à população. É o caso dos sacerdotes, religiosos e religiosas presentes na Líbia, como recorda o Núncio Apostólico no país, Dom Tommaso Caputo, entrevistado pela Rádio Vaticano.

R. Sobre a grave situação dos últimos dias na Líbia, as comunidades religiosas que atuam nos dois Vicariatos Apostólicos de Trípoli e Benghazi continuam o seu serviço junto ao povo e aos fiéis. A maioria das 16 comunidades femininas, compostas por religiosas provenientes de várias nações, presta o seu serviço na área de saúde e neste momento intensificou a assistência à população.

P. A comunidade da Igreja, portanto, mantém-se próxima à população...

R. – As religiosas exprimiram a vontade de ficar ao lado daqueles que sofrem. Da mesma forma também os dois bispos e os 15 sacerdotes prosseguem o seu serviço e desejam continuar a missão que lhes foi confiada. Mesmo com a difícil situação que o país está enfrentando a atitude dos missionários presentes na Líbia visa encorajar e assegurar toda a assistência possível à comunidade católica, que é de cerca de 100 mil fiéis, e à toda a população.

Na Líbia, como em vários países do norte da África e do mundo árabe, as populações que conheceram regimes que duraram décadas parecem agora unidas em uma espécie de “primavera árabe”. Foi o que ressaltou à Rádio Vaticano o padre jesuíta egípcio Samir Khalil Samir, professor de História da Cultura Árabe e Islamologia na Universidade São José de Beirute, Líbano:

R. - O mundo árabe está vivendo a sua “primavera árabe”: existe um denominador comum por toda parte. As pessoas estão cansadas de reinos ou repúblicas que duraram décadas, que não dão lugar à democracia, à liberdade, à igualdade, à partilha de decisões, especialmente com uma situação econômica e social em que muitas pessoas se encontram em dificuldade. Este é um movimento que já não se pode parar. Em particular, graças à Internet, Youtube, Facebook, Twitter, a comunicação instantânea chega em um minuto em todo o mundo, em todas as agências. A globalização, para mim, é esta: a globalização das ideias, dos desejos e expectativas das pessoas que estão passando pela Internet. Todos acham normal que ocorra conosco o que ocorreu em outros lugares. Talvez eles não saibam nada sobre o que aconteceu no bloco da Europa do Leste durante os anos oitenta, mas agora sabem que eles têm o direito a ter os mesmos direitos humano de todos. (SP)








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