Taiwan, 22 fev (RV) - O cardeal de Taiwan, Dom Paul Shan, que deve realizar
uma viagem à China em junho, declarou hoje esperar que o Vaticano e Pequim possam
reconciliar-se e minimizar suas diferenças.
Em entrevista ao jornal chinês
South China Morning Post, e replicada pela Ansa,o cardeal afirmou que “será preciso
tempo. O governo chinês tem sua jurisdição e o Vaticano também tem a sua. Deveriam
respeitar-se reciprocamente”.
A Santa Sé e o governo de Pequim romperam as
relações diplomáticas em 1951, quando o Estado católico reconheceu a independência
de Taiwan, território reivindicado pela China. A Igreja Patriótica da China, controlada
pelo governo, não reconhece a autoridade do Papa e reprime a Igreja clandestina,
que segue o Pontífice como única autoridade católica no mundo.
Nos últimos
anos, os dois Estados reconheceram alguns sacerdotes e bispos, o que para o cardeal
de Taiwan representa um primeiro sinal da possibilidade de uma futura retomada das
relações.
No entanto, as ordenações de novos bispos sem o consenso do Vaticano
e as eleições de líderes da Igreja Patriótica em 2010 reacenderam as tensões entre
a Santa Sé e Pequim.
Existem na China cerca de cinco milhões de católicos fiéis
da Igreja oficial e cerca de 11 milhões que aderem à “Igreja subterrânea”.
Dom
Paul Shan foi nomeado cardeal pelo papa João Paulo II em 1998. Nasceu na China central
e foi enviado para Taiwan em 1949. Em junho deve realizar uma viagem a Xangai, durante
a qual celebrará uma missa com o bispo local, Dom Aloysius Jin Luxian.
Promotor
de campanhas de luta contra o câncer, o cardeal também é ativo em causas de proteção
do meio-ambiente e prevenção de desastres naturais. (CM)