BISPOS DOMINICANOS ESCREVEM CARTA EM DEFESA DA DIGNIDADE HUMANA
Santo Domingo, 22 fev (RV) - A Conferência Episcopal da República Dominicana
elaborou um documento por ocasião dos “500 anos em defesa da dignidade humana”, publicado
pelos 167 anos da independência nacional deste país, que se celebra no dia 27 de fevereiro.
A carta pastoral dos bispos – refere a agência de notícias Fides - denuncia a situação
de extrema pobreza na qual vivem muitos dos irmãos dominicanos. O documento está dividido
em 5 partes: conta a história do país, apresenta o Sermão de Montesino, oferece um
olhar atual do sermão, apresenta uma análise e um relatório sobre a situação em que
vive o país, lança um apelo à mudança e ao compromisso para construir um novo país,
de acordo com os princípios da Constituição.
Na introdução, depois de uma
evocação histórica do nascimento do país e do trabalho dos primeiros missionários,
o documento salienta que “a missão da Igreja primitiva foi a pregação, a administração
dos sacramentos, a educação e a assistência social”. No n º 12 diz: “Com os primeiros
missionários chegaram também a defesa da dignidade humana e dos direitos dos nativos.
O melhor exemplo foi o sermão, que em nome de sua comunidade sacerdotal fez Frei Antón
Montesino e que ajudou Frei Bartolomeu de Las Casas tornar-se o grande defensor dos
índios”.
À luz daquele sermão, os bispos analisam a situação atual e denunciam:
“Segundo qual justiça se mantém a situação de precária assistência de saúde à população?
Situação na qual falta a dignidade da pessoa e permite a propagação de doenças e até
mesmo a propagação do cólera’”.
O texto continua: “Com qual justiça se permite
aos nossos irmãos viverem ao longo dos rios, em casas indignas, construídas apenas
com bambus”. Onde estão os programas de assistência aos pobres?”. Além disso, os bispos
denunciam o analfabetismo, a diferença entre os salários dos diferentes grupos da
sociedade, os salários de miséria dos trabalhadores, conscientes do fato que esses
salários não lhes permitem viver dignamente. O documento se conclui com o apelo aos
habitantes do país a cumprir com as suas obrigações e reivindicar seus direitos, para
que possam viver como filhos de Deus, como “discípulos escolhidos e enviados para
a missão”. (SP)