IGREJA TERÁ TRÊS NOVOS SANTOS EM OUTUBRO: DOM CONFORTI, PE. GUANELLA E A RELIGIOSA
BONIFÁCIA DE CASTRO
Cidade do Vaticano, 21 fev (RV) - O Papa realizou na manhã desta segunda-feira,
na Sala do Consistório, no Vaticano, durante a celebração da Hora Média (da Liturgia
das Horas), o Consistório Ordinário Público para três Causas de Canonização.
Os
três Beatos que serão proclamados Santos, no dia 23 de outubro próximo, são o fundador
dos Missionários Xaverianos, Dom Guido Maria Conforti; a religiosa espanhola Bonifácia
Rodríguez de Castro; e Pe. Luigi Guanella.
Três testemunhas do Evangelho que
viveram entre o Séc. XIX e o Séc. XX, sendo verdadeiros modelos de caridade e espírito
missionário.
"Minha esperança és tu, Senhor, Iahweh é minha confiança desde
a juventude": essa passagem do Salmo 70, recitada na Hora Média, descreve bem o traço
que une os três futuros Santos: a confiança inquebrantável no Senhor.
De fato,
no Consistório, o Pontífice aprovou a Canonização dos Beatos Conforti, Guanella e
Rodríquez de Castro:
"Venerábiles Fratres, opportunitátem iam sínguli perpendístis
Beátos Guidónem Maríam Conforti, Aloísium Guanella, et Bonifátiam Rodríguez de Castro
in Sanctórum número censéndi..."
A religiosa espanhola Rodríguez de Castro,
fundadora da Congregação das Missionárias Servas de São José, nasceu em Salamanca
em 1837, originária de uma família de humildes artesãos. Nesse contexto, começou a
trabalhar desde cedo.
Enriquecida por sua experiência, fundou uma Congregação
para ajudar as mulheres operárias. Um projeto corajoso que, porém, não agradou ao
clero diocesano. Desprezada por suas próprias coirmãs, não respondeu às ofensas, mas
viveu no silêncio e na confiança em Cristo. Somente após a morte, em 1905, ruíram
as calúnias levantadas contra ela, e foi reconhecida a sua santidade.
Outro
futuro Santo – como dissemos – é Pe. Luigi Guanella, Santo da Caridade na Itália do
Séc. XIX, ao lado dos necessitados e portadores de deficiência. Sobre a sua figura
se detém o postulador da Causa de Canonização, Pe. Mario Carrera, entrevistado pela
Rádio Vaticano:
Pe. Mario Carrera-: "Essa figura foi realmente grande
em sua vida, não somente porque fundou duas congregações, "Os Servos da Caridade"
e "as Filhas de Santa Maria da Providência", mas foi realmente um grande homem que
soube dar uma resposta, nos limites do possível, aos gemidos da humanidade sofredora.
Foi verdadeiramente um Bom Samaritano."
P. Um Santo da caridade que chegou
onde somente uma testemunha do Evangelho como ele poderia chegar...
Pe.
Mario Carrera:- "Eu diria que o Santo realmente traz em suas entranhas as urgências
e os sofrimentos dos pobres e ouve o gemido que muitas organizações em nível estatal
não conseguem escutar. Diria que hoje, neste momento em que a Igreja anuncia essa
Canonização, é dia de festa para nós, certamente, que somos os seus filhos espirituais,
mas é a festa dos pobres, porque Pe. Guanella se fez sempre próximo dos marginalizados:
diminuiu o círculo da marginalização deles de modo a permitir-lhes uma participação
viva na vida da Igreja, como também da própria sociedade."
Por outro lado,
um luminoso exemplo de missionariedade é o futuro Santo Guido Maria Conforti. Sobre
a importância dessa Canonização, se detém o Superior Geral dos Missionários Xaverianos
– Congregação fundada pelo Beato Conforti – Pe. Rino Benzoni, entrevistado pela Rádui
Vaticano:
Pe. Rino Benzoni:- "Para além da celebração, queremos fazer
de modo que esta Canonização sirva à Congregação para crescer em santidade e missionariedade
e à Igreja italiana e universal justamente para redescobrir a missão do anúncio do
Evangelho a todos os povos. Isso se torna um compromisso não indiferente para nós
este ano."
P. A missão está, realmente, no centro dessa figura de santidade
e de sua obra...
Pe. Rino Benzoni:- "Desde o início da sua vida
– podemos dizer – a missão foi aquilo que uniformizou essa personalidade, tanto do
ponto de vista humano, quanto espiritual, e também nas relações, embora não tenha
podido realizá-la no modo clássico, por causa de sua saúde, e por ter sido aos 37
anos chamado pelo Papa a ser Arcebispo de Ravenna. Mas a realizou nessa síntese vital
forte entre o ser pastor de uma Igreja italiana, primeiro como padre e, depois, como
bispo. Portanto, bispo, padre e fundador de uma Congregação missionária." (RL)