PAQUISTÃO:CONFIRMADO MINISTÉRIO DAS MINORIAS RELIGIOSAS
Islamabad, 15 fev (RV) - O novo governo do Paquistão “se comprometa a respeitar
os direitos humanos no país e a tutelar o estado de direito”: é o que pede a “Fundação
Masihi” ao novo governo do Paquistão após a remodelação feita pelo primeiro-ministro
Raza Gilani. Essa fundação cuida da defesa e proteção das minorias religiosas e, atualmente,
presta assistência jurídica e materiais a Asia Bibi, a primeira mulher paquistanesa
condenada à morte sob a acusação de blasfêmia.
Entretanto, o Ministério para
as Minorias Religiosas foi confirmado no novo governo do Paquistão, depois de uma
remodelação e uma redução drástica dos ministérios de mais de 50 para 22. Segundo
fontes locais, o Ministério estava prestes a ser abolido, mudando-se para Ministério
de Assuntos Religiosos, que se ocupa das questões da comunidade muçulmana. Uma campanha
de pressão internacional contribuiu a confirmar a presença.
O Ministro Shahbaz
Bhatti, católico, titular do Ministério também do novo executivo não esconde sua satisfação
e afirmou à agência Fides: “Com as bênçãos de Deus e as orações dos fiéis fui confirmado.
Estou feliz neste sentido: os partidos extremistas religiosos e movimentos fizeram
grande pressão sobre o governo para suprimir o Ministério para as Minorias Religiosas,
mas o presidente do Paquistão e o Primeiro-Ministro resistiram e para o bem comum
da nação, optaram por manter do Ministério”.
Segundo Bhatti, “este é, portanto,
um sinal claro da atenção do Governo para com as minorias religiosas. Teria sido de
fato, muito fácil, durante o corte dos ministérios, cancelar o Ministério. Muitos
dos principais ministros não foram confirmados, por várias razões, incluindo os motivos
relacionados a questões de corrupção. A minha confirmação no cargo confirma a integridade
moral e transparente que sempre caracterizou o nosso trabalho”.
“A minha nomeação
- prosseguiu o ministro – criará protestos e ressentimento em muitos extremistas islâmicos,
mas a minha luta vai continuar, apesar das dificuldades e ameaças que recebi. Meu
único objetivo é defender os direitos fundamentais, a liberdade religiosa e a vida
dos cristãos e outras minorias religiosas”. Bhatti conclui: “Ainda temos muito trabalho
a fazer, temos desafios muito sérios, como a lei sobre a blasfêmia. Procurarei testemunhar,
no meu compromisso, a fé em Jesus Cristo”.
De fato, “as pressões da imprensa
e da comunidade internacional deram seus frutos. Estamos satisfeitos que o Ministério
tenha sido confirmado”, disse à Fides o Diretor das Pontifícias Obras Missionárias
no Paquistão, Padre Mario Rodrigues. “É claro ressalta – Padre Rodrigues - se olharmos
para as últimas décadas, não podemos dizer que foram obtidas melhorias consistentes
para a vida das minorias religiosas, mas abolir o ministério teria sido ainda pior.
O Ministro continua sendo um interlocutor institucional importante para nós. Os seus
esforços contra a lei sobre a blasfêmia foi claro e público e isso lhe custou ameaças
de morte”, concluiu Padre Rodrigues. (SP)