2011-02-15 18:25:42

CARDEAL SANDRI: QUE OS CRISTÃOS POSSAM CONTRIBUIR, NO NOVO EGITO, NA BUSCA DO BEM COMUM


Cidade do Vaticano, 15 fev (RV) - No Egito, após a renúncia de Hosni Mubarak, teve início uma nova fase política. Foi formada uma comissão encarregada de emendar a Constituição, e o Conselho Supremo das Forças Armadas dissolveu o Parlamento.

O Marechal Hussein Tantawi assumiu a presidência do país. O período de transição se estenderá até setembro, quando se realizarão as eleições gerais.

Diante dessa realidade, qual significado as profundas mudanças poderão ter para a comunidade cristã do Egito? Foi o que a Rádio Vaticano procurou saber do Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri. Eis o que disse:

Cardeal Leonardo Sandri:- "Para a Igreja copta, quer ortodoxa, quer católica, essa reviravolta representa um momento de grande importância, porque permite aos coptas ortodoxos poder expressar a sua palavra como cristãos, e aos nossos coptas católicos como católicos, na esperança de que tudo isso leve à tranqüilidade, à convivência, à busca do bem comum para todos os egípcios, de modo a poder constituir uma sociedade que seja digna do homem, mais justa, e que dê a todos a oportunidade de poder participar da vida pública."

P. Falando em bem comum: estão em andamento as primeiras tentativas de renovar a Constituição egípcia, algo indispensável para colocar fim à discriminação das minorias, das quais são vítimas os cristãos in primis. A seu ver, as opiniões dos coptas serão ouvidas a esse propósito?

Cardeal Leonardo Sandri:- "Penso que certamente deveriam ser ouvidos e espero também que essas opiniões sejam aceitas. Espero também que na Constituição sejam colocados aqueles princípios fundamentais que dizem respeito à dignidade do homem e da mulher; à liberdade de todos; à convivência civil, no respeito pelos outros e no respeito pela lei."

P. Infelizmente, há também quem tema que o Egito possa transformar-se numa espécie de novo Iraque: de uma situação relativamente tranqüila e estável para um quadro – após a reviravolta política – de perseguição e de êxodo dos cristãos. O que pode ser feito para se evitar essa situação?

Cardeal Leonardo Sandri:- "Certamente não é absolutamente auspicioso que se possa repetir um novo Iraque e, portanto, uma nova situação que depois leve ao êxodo dos cristãos, ao êxodo daqueles que não são reconhecidos como cidadãos iguais aos outros. Espero que não aconteça o mesmo no Egito! Aliás, espero que a sabedoria que os egípcios têm – e que inclusive demonstraram durante as manifestações, que se realizaram de modo pacífico, nas quais expressaram esse desejo de mudança – sirva de iluminação para os passos futuros e consiga levar a um grande Egito, assim como foi para toda a sua história. O Egito é chamado a ser uma grande nação na África, inclusive na relação com os vizinhos. Espero que possa ser, sobretudo, uma pátria na qual todos possam viver tendo respeitados os seus direitos fundamentais, a própria liberdade, a democracia e o respeito pelos outros." (RL)







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