"SE NÃO AGORA, QUANDO?": UM MILHÃO NAS PRAÇAS PELO FIM DO PRECONCEITO CONTRA MULHERES
Roma, 14 fev (RV) – “Se não agora, quando?”. Esse foi o título da manifestação
pela dignidade das mulheres, promovida por italianas e italianos no mundo inteiro,
na tarde deste domingo. Cansadas e cansados de verem o feminino desvalorizado pelo
comportamento machista que está em grande parte da sociedade italiana, mulheres, homens
e crianças desceram às praças de 234 cidades do país na mesma hora, no mesmo dia,
pelo mesmo motivo: resgatar o respeito e a dignidade das mulheres. E não só na Itália,
mas em diversas capitais ao redor do globo.
A Itália tem estado no centro
das atenções da mídia mundial nesses últimos tempos devido aos escândalos envolvendo
o primeiro-ministro do país. A revolta contra o machismo que permeia a sociedade italiana
- e que é visto abertamente no comportamento de expoentes políticos em relação às
mulheres - deu impulso à mobilização de ontem.
Um milhão de manifestantes
de todos os sexos e idades lotaram as praças não só das principais cidades italianas,
como também de várias outras no mundo todo, como Londres, Barcelona, Paris, Praga,
Atenas, Boston, Washington, entre tantas outras. Uma das organizadoras dessa manifestação,
Nicoletta Dentico, em entrevista à Rádio Vaticano, falou que “a manifestação é a resposta
ao silencio que já foi feito por muito tempo sobre essa patologia cultural italiana
(o machismo), que não é nova, mas que agora tomou proporções absurdas”.
“Não
é uma revolta só das mulheres – disse ela -, mas de todos os cidadãos desse país.”
“Em jogo estão a dignidade das pessoas e a imagem do corpo feminino como objeto.”
“O objetivo principal não é o de combater o Premiê -explicou ela -, é bem mais profundo,
é aquele de mudar a mentalidade discriminatória e preconceituosa que se tem em grande
parte da sociedade italiana em relação à mulher.”
As manifestações nas diferentes
cidades da Itália começaram todas ao mesmo. Um minuto e meio de silêncio respeitado
nas praças abarrotadas de gente e então um grito uníssono de “agora”, que ressoou
pelo país, em resposta à pergunta proposta pelo tema “se não agora, quando?”.
O
jornal italiano “La Repubblica” traz fotos da manifestação no mundo inteiro e os principais
jornais do globo também deram grande destaque ao evento. (ED)