JERUSALÉM: CANAL DO TEMPO DE JESUS

Jerusalém, 14 fev (RV) - Há algumas semanas, é possível visitar um antigo canal escavado perto da piscina de Siloé, no subsolo do centro histórico de Jerusalém. O canal, que remonta a 2000 anos atrás, situa-se na área da cidade de Davi, a parte mais antiga da cidade. O antigo canal, refere o jornal vaticano L’Osservatore Romano, corre paralelo, mas não atravessa o Monte do Templo (ou Esplanada das Mesquitas), uma área particularmente crítica, onde se concentram os interesses de judeus e muçulmanos.

Segundo os arqueólogos, outro setor do canal, está perto do Porta de Damasco. O primeiro a descobrir o canal foi o explorador britânico Charles Warren, em 1867. Na década de 90 do mesmo século foi a vez de Frederico J. Bliss e Archibald C. Dickey da Fundação de Exploração Palestina Britânica. O canal tem uma largura que varia de 1 a 3 metros e uma altura de 1 e 2 metros.

Em alguns lugares tem uma profundidade de 15 a 20 metros, tanto que os arqueólogos foram capazes de ver as camadas inferiores do Muro das Lamentações. Os Arqueólogos garantem que o percurso do canal segue o vale do Tyropeion, a área mais baixa da antiga Jerusalém, com seções do período dos Hasmoneus e de Herodes. A estrada é pavimentada e com degraus e das dimensões pode-se deduzir que deve ter sido importante.

Os arqueólogos a datam, entre 50 a.C e 100 d.C, portanto, o período de Herodes. A seção de descoberta, longa 40 metros, está localizado perto de um jardim de propriedade da Igreja greco-ortodoxa, de um lado, enquanto do outro é uma área sob a autoridade do Waqf, a Entidade de Administração do Patrimônio dos muçulmanos. A área da estrada escavada está localizada a 550 metros do lado sul da Esplanada do Templo.

Neste lugar, segundo quanto afirmam os arqueólogos, os peregrinos começavam a subida em direção do templo, e é provável que também por essa estrada Jesus tenha caminhado. No 9º capítulo do Evangelho de João, de fato, recorda-se que Jesus, após ter depositado um pouco de saliva com terra sobre os olhos de um cego, disse-lhe para ir lavar na piscina de Siloé. (SP)