Cidade do Vaticano, 13 fev (RV) - Deus nos criou livres e depende de nós a
escolha que nos fará felizes. O que dependia do Senhor já foi feito. Ele nos criou
à sua imagem e semelhança, ou seja, livres, tendo no íntimo de nosso ser buscar o
bem e evitar o mal. Somos feitos pelo Sumo Bem, evidentemente, só poderemos estar
voltados para a prática do bem. Contudo o Senhor, exatamente porque nos criou à sua
imagem e semelhança, nos fez livres. Como diz a leitura do Livro do Eclesiástico “Diante
de ti, Ele colocou o fogo e a água; para o que quiseres, tu podes estender a mão.
Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir”.
Consequentemente, cada um de nós é sujeito de sua felicidade ou desgraça, à medida
que tiver feito escolhas a favor da vida ou da morte.
Evidentemente, tendo
herdado o pecado original, sabemos também que nossa natural inclinação ao bem foi
atingida, de modo que, muitas vezes, como nos diz São Paulo, “não faço o bem que quero,
mas o mal que não quero”.
No Evangelho vemos a proposta sobre a justiça do
Reino dos Céus. Como vimos no domingo passado, somos chamados a sinalizar a aliança
de sal, a perene, que não se corrompe. Essa aliança de Deus com cada um dos seres
humanos é alimentada por todos nós batizados, que assumimos o projeto do Senhor. Também
faz parte de nossa opção aceitarmos essa vocação dada por Jesus, de colaborarmos com
Deus na construção da nova sociedade, do Reino de Justiça.
Por fim, a Primeira
Carta aos Coríntios nos fala que a perfeição está na sabedoria, mas não na sabedoria
deste mundo, muito menos na de seus poderosos, pois ela está voltada para a morte,
para a destruição. A Sabedoria de Deus, ao contrário, seu plano de amor em benefício
dos homens, está escondida e foi destinada para nossa glória, é o projeto de Deus,
sua opção pelos simples, pelos marginalizados. Os poderosos não a conheceram porque,
mantendo sua opção, condenaram Jesus à morte e o crucificaram. Contudo, “o que Deus
preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram
nem coração algum jamais pressentiu” escreve São Paulo.
Concluindo, a liturgia
deste domingo nos exorta a mantermos nossa missão, nossa vocação optando livremente
pelo anúncio do projeto de Deus, de anunciar a construção de uma nova sociedade onde
a sabedoria de Deus triunfará e os marginalizados deste mundo a conhecerão. Aliás,
à medida em que optamos fazer a vontade de Deus, já desfrutamos no próprio ato de
fazer o bem, a alegria e a felicidade que almejamos. (CAS)