BENTO XVI: A ALEGRIA CRISTÃ NÃO ESQUECE O SOFRIMENTO
Cidade do Vaticano, 11 fev (RV) - A Igreja celebra nesta sexta-feira, 11 de
fevereiro, a memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes e XIX Dia Mundial do Enfermo.
Aproveitamos
a ocasião para recordar alguns momentos do Pontificado de Bento XVI dedicados, em
particular, à Virgem de Lourdes:
Em sua primeira encíclica, a Deus caritas
est, Bento XVI fala do amor que se doa e que se obtém de Deus; e fala da ação
humanitária e espiritual da Igreja em relação aos doentes, como traço que caracteriza
a comunidade eclesial, detendo-se sobre a validade comunitária e institucional – na
história da Igreja – da mão estendida aos que sofrem.
Na segunda encíclica,
a Spe salvi, Bento XVI, falando mais em geral do homem, esclarece que "a medida
da humanidade se determina essencialmente na relação com o sofrimento e com o sofredor".
São
pontos firmes no Pontificado do Papa Ratzinger, que em 2008 celebrou os 150 anos das
aparições da Virgem em Lourdes – sul da França – visitando o Santuário, por excelência,
dedicado ao sofrimento. -Na ocasião, o Santo Padre concedeu a indulgência plenária
e no Decreto da Penitenciaria Apostólica com a referida disposição lê-se que "a inúmera
série de prodígios" em relação à saúde do corpo e do espírito, verificada em Lourdes
por intercessão da Virgem Maria, demonstra "com evidência que a finalidade integral
do homem é o bem de toda a pessoa, aqui na Terra e, sobretudo, na eternidade da salvação".
No
dia 15 de setembro de 2008, concluindo a viagem à França, que o levou à Gruta onde
Nossa Senhora apareceu a Bernadette Soubirous, o Pontífice disse:
"O Papa tinha
o dever de vir a Lourdes para celebrar os 150 anos das aparições da Virgem. Diante
da Gruta de Massabielle rezei por todos vocês, rezei pela Igreja, rezei pela França
e pelo mundo."
"Lourdes é como uma luz na escuridão do nosso tatear rumo a
Deus" – afirmou o Pontífice na peregrinação à Gruta da Virgem Maria.
"Maria
– acrescentou – abriu-lhes uma porta rumo a um além que nos interroga e nos seduz."
E o Papa "durante três dias se colocou na escola de Maria".
Uma "escola" que
em particular se renova todos os anos no dia da memória litúrgica de Nossa Senhora
de Lourdes. Em 11 de fevereiro do ano passado o Papa recordou que Maria, Saúde dos
enfermos, "sempre mostrou, no acompanhar o caminho da Igreja, uma solicitude especial
pelos sofredores", como "testemunham milhares de pessoas que visitam os santuários
marianos para invocar a Mãe de Deus e encontram n'Ela a força e alívio":
"Nós
vivemos uma alegria que não esquece o sofrimento, pelo contrário, o compreende. Desse
modo, os enfermos e todos os que sofrem são, na Igreja, não somente destinatários
de atenção e cuidado, mas antes, ainda e, sobretudo, são protagonistas da peregrinação
da fé e da esperança."
Em seguida, o Papa se deteve sobre o "Magnificat", o
canto da Virgem do qual cada um de nós pode, na própria vida, descobrir a riqueza:
"O
Magnificat não é o canto daqueles aos quais a sorte bate à porta, que sempre
têm "o vento em popa"; é, sobretudo, o agradecimento de quem conhece os dramas da
vida, mas confia na obra redentora de Deus. É um canto que expressa a fé provada de
gerações de homens e mulheres que colocaram em Deus a sua esperança e se comprometeram
em primeira pessoa, como Maria, a ajudar os irmãos necessitados." (RL)