CRIMES CONTRA A HUMANIDADE: INICIADA A ÚLTIMA ETAPA DO JULGAMENTO DO EX-PRESIDENTE
DA LIBÉRIA
Haia, 08 fev (RV) - O Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda,
abriu, nesta terça-feira, a última fase do julgamento do ex-presidente da Libéria,
Charles Taylor. Ele é acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos
durante o conflito em Serra Leoa. Ele nega as acusações.
A história de Charles
Taylor, porém, dificulta muito a sua defesa. Em 1989 o ex-presidente era o líder de
um grupo armado e deu início à guerra civil na Libéria. Em 1997 ele foi eleito presidente,
cargo que manteve por seis anos. Partiu em exílio forçado para a Nigéria, depois que
rebeldes tomaram a capital da Libéria, em 2003.
Em Haia, ele responde a 11
acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade relacionados à sua participação
na guerra civil do país vizinho, Serra Leoa.
Existe a suspeita de que Taylor
praticasse outras atividades ilícitas, como a venda ilegal de diamantes e o fornecimento
de armas para a Frente Revolucionária Unida de Serra Leoa, grupo que ficou conhecido
pela prática de amputação das mãos e das pernas de civis durante a revolução no país,
que durou cerca de dez anos.
Para essa nova etapa do julgamento, a promotora
do Tribunal Especial, Brenda Hollis, deverá construir sua tese baseada em indícios
do envolvimento do ex-presidente no fornecimento de armas à Frente Revolucionária
Unida de Serra Leoa.
Taylor é acusado ainda de estupros, saques e recrutamento
de crianças-soldado.
Taylor governou a Libéria de 1997 a 2003, o conflito foi
de 1991 a 2002. Ele foi extraditado da Nigéria para Haia, em 2006.
O Tribunal
Especial para a Serra Leoa - que tem o apoio das Nações Unidas – já ouviu 115 testemunhas,
entre elas, a ex-modelo britânica Naomi Campbell e a atriz de Hollywood, Mia Farrow.
(ED)