Bogotá, 07 fev (RV) - O recrutamento de crianças para conflitos armados foi
proibido em 12 de fevereiro de 2002 pelo Protocolo da Convenção sobre os Direitos
das Crianças das Nações Unidas. Todavia, a aprovação de tal protocolo não deteve os
grupos paramilitares, que continuam a atrair crianças entre suas tropas, engajando-as
com o uso da força. Estima-se que na Colômbia haja entre 8 e 11 mil crianças e adolescentes
que atuam como soldados. Para sensibilizar a população colombiana e pedir o fim desta
prática criminosa, Amnesty International promoveu no último sábado, dia 5 de fevereiro,
na Praça das Armas de Bogotá, o “Dia das mãos vermelhas”.
No evento, as pessoas
foram convidadas a pintar suas mãos de vermelho e imprimi-las em um papel como símbolo
da rejeição à prática de recrutamento de crianças, usada principalmente pelos grupos
armados ilegais. Uma nota enviada à Agência Fides pela Adital informa que às 11 mil
presumíveis crianças-soldado na Colômbia, devem-se somar outras, usadas como “crianças
que detectam minas anti-pessoais” para que o exército possa avançar sem perigos.
Comumente
acredita-se que os meninos sejam as principais vítimas deste fenômeno, mas as meninas,
que ainda são minoria, também sofrem o mesmo destino nas mãos de grupos como as Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Exército de Libertação Nacional (ELN).
Este último chegou a realizar campanhas de recrutamento em escolas.
Para impedir
que esta violação dos direitos de crianças e adolescentes continue, existem grupos
como a “Coalizão Colombiana para deter o uso de crianças-soldado”, a Coalizão Espanhola,
Amnesty International e outros, que pedem mais atenção do governo colombiano para
este flagelo, proibindo que o exército colombiano recrute crianças como informantes.
Em nível mundial, o número de crianças-soldado pode chegar a 350 mil em países
como a República Democrática do Congo, Serra Leoa, Sudão, Afeganistão e Paquistão.
Esta chaga tornou-se um dos maiores desafios da Colômbia, que ainda não consegue tutelar
os direitos fundamentais de milhares de crianças e adolescentes. (SP)