Cidade do Vaticano, 05 fev (RV) – A comunidade internacional segue com grande
atenção, nestes dias, a evolução da situação no Egito, às voltas com uma revolução
social e política. A propósito, eis o que diz o diretor da Sala de Imprensa da Santa
Sé, Pe. Federico Lombardi, diretor-geral da Rádio Vaticano, em seu editorial da publicação
Octava Dies, o semanário informativo do Centro Televisivo Vaticano...
"O
mundo tem o olhar voltado, nestas semanas, para o norte da África e para o Oriente
Médio. Primeiramente, para a Tunísia, e depois para o Egito e outros países onde tiveram
início processos de mudanças políticas, ainda difíceis de serem definidos e avaliados,
mas certamente tão significativos a ponto de se poder falar de uma "revolução"."
"Todos
nós esperamos que os povos envolvidos sejam poupados da violência e do derramamento
de sangue, e que não se prolonguem os tempos de instabilidade, durante os quais o
risco de contraposições e de conflitos é sempre maior."
"Naturalmente, as dificuldades
econômicas, as condições de pobreza em que vivem grandes estratos das populações –
uma situação que sofreu um ulterior agravamento em virtude da crise econômica global
– teve um peso muito grande no eclodir dos protestos; mas – como observaram os bispos
do norte da África – é preciso reconhecer uma expectativa de maior "liberdade e dignidade"
que concerne "em particular, as gerações mais jovens da região e que se traduz no
desejo de que todos sejam reconhecidos como cidadãos e cidadãos responsáveis"."
"As
populações dessa região têm um percentual muito elevado de jovens que não veem diante
de si perspectivas abertas para o futuro. Nesse contexto, voltam à mente as instâncias
apresentadas pela Assembleia Especial para o Oriente Médio, do Sínodo dos Bispos,
realizada poucos meses atrás, quando se auspiciava para os crsitãos o pleno direito
de cidadania em seus respectivos países."
"Agora, são inteiros povos que, para
verem reconhecida a própria dignidade, reivindicam o exercício mais responsável dos
direitos de cidadania que cabem a toda pessoa humana, qualquer que seja a sua religião.
Os cristãos são uma pequena minoria, mas são solidários com todas essas expectativas
e esperanças. Se essas nações de maioria muçulmana conseguirem realizar a meta crucial
de crescer no diálogo, no respeito aos direitos de todos, na participação e na liberdade,
a paz em todo o mundo estará mais segura. São os votos que fazemos antes de tudo pelo
bem deles próprios, mas também pelo bem de toda a família humana." (AF)