2011-02-03 17:43:40

IGREJA NO SRI LANKA EXIGE A VERDADE SOBRE AS VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS NO PAÍS


Kotte, 03 fev (RV) - O governo do Sri Lanka “deve demonstrar publicamente o empenho pela verdade sobre os eventos registrados durante decênios de conflito civil - esse empenho é premissa indispensável a cada esforço de reconciliação”. Assim lê-se em uma nota da diocese de Mannar, enviada à Comissão sobre a Reconciliação instituída pelo governo do Presidente Rajapaksa, e cujo nome é Lessons Learnt Reconciliation Commission”.

O documento, assinado pelo bispo de Mannar, Dom Joseph Rayappu, mostra a urgência de não “encobrir a verdade sobre as violações dos direitos humanos e humanitários”, solicitando que seja esclarecido o destino que tiveram mais de 146 mil cidadãos da área de Vanni, sobre os quais não se tem mais notícias desde o fim da guerra.

Reconhecendo a importância da obra para a reconciliação nacional, os representantes locais da Igreja “desaprovam a anterior Comissão de Investigação, que falhou em não trazer à tona a verdade sobre as violações dos Direitos Humanos e sobre as execuções extrajudiciais”. Como exemplo, o texto traz o caso dos ataques à igreja católica de Pesalai (na diocese de Mannar), onde estava refugiados muitos civis, além do desaparecimento do Pe. Jim Brown – ambos os episódios datam de 2006.

O documento critica o fato de que a Comissão ficou em Mannar apenas três dias para investigar mais de 30 anos conflito. Depois de 20 meses do fim da guerra, ainda há desabrigados, que estão vivendo à própria sorte, sem acesso à meios de subsistência, à água potável e aos serviços básicos de saúde e educação. Organizações Internacionais não governamentais criticaram a Comissão, quando da sua instituição, devido à falta de independência e credibilidade da mesma.

A guerra civil do Sri Lanka durou quase 30 anos, tendo terminado em 2009. Em 23 de julho de 1983, teve início uma guerra civil não contínua, envolvendo principalmente o governo do Sri Lanka e os chamados "Tigres da Libertação do Tâmil Eelam" (TLLE), conhecidos como "Tigres do Tâmil". Tratava-se de uma organização armada separatista que lutava pela criação de um Estado independente, que seria chamado de Tamil Eelam, localizado ao norte e ao leste da ilha.

Os números oficiais falam em mais de 70.000 mortes. O conflito também causou grandes adversidades à população, ao meio ambiente e à economia do país.

As táticas usadas pelos Tigres do Tâmil levaram a organização a ser classificada como terrorista pelos Estados Unidos, Brasil, Austrália, União Europeia e Canadá. (ED)







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