Santa Teresa de Ávila, um dos vértices da espiritualidade cristã de todos os tempos:
Bento XVI, na audiência geral
(2/2/2011) O Papa agradeceu hoje a “oração” e o “trabalho” realizado pelas pessoas
que dedicam a sua existência à vida religiosa, durante a audiência realizada no dia
em que a Igreja lembra os consagrados a Deus. No encontro realizado na grande
aula das audiências do Vaticano, Bento XVI pediu orações por “aqueles que, fazendo
os votos de pobreza, castidade e obediência, tendem à santidade, no serviço às crianças,
aos jovens, aos doentes, idosos e sós”. “Somos gratos a eles pela oração e o trabalho
que desenvolvem nas paróquias, nos hospitais, nas casas de repouso e nas escolas”,
disse o Papa, sublinhando que “o seu serviço é para a Igreja um dom particularmente
precioso”. A abrir uma nova série de catequeses, dedicada aos doutores da Igreja
- membros da Igreja Católica que se distinguiram pela santidade, doutrina e ciência
- Bento XVI escolheu Santa Teresa de Jesus (1515-1582), “um dos vértices da espiritualidade
cristã de todos os tempos”. “O exemplo desta santa, profundamente contemplativa
e eficazmente operadora, estimula-nos também a dedicar todos os dias o justo tempo
à oração, para aprender de Deus um amor ardente a Ele e à sua Igreja e uma caridade
concreta”, salientou. As leituras de infância da religiosa nascida na cidade espanhola
de Ávila ofereceram-lhe dois “princípios fundamentais”: a transitoriedade das realidades
mundanas e a certeza de que só Deus é “para sempre”, recordou Bento XVI. Teresa
empenhou-se na renovação da Ordem Carmelita: em 1562 fundou em Ávila a primeira comunidade
reformada, trabalho que prosseguiu nos anos seguintes com o estabelecimento de mais
16 casas. Juntamente com São João da Cruz, também espanhol, erigiu no ano de 1568
em Duruelo o primeiro convento dos Carmelitas Descalços. A catequese de Bento XVI
sublinhou “o distanciamento dos bens ou pobreza evangélica” e “o amor” que marcaram
a vida de Teresa, além da “humildade como amor à verdade” e “a determinação como fruto
da audácia cristã”. Ao mesmo tempo que experimentava “um amor incondicional pela
Igreja”, diante “dos episódios de divisão e conflitos” que a atravessavam, a santa
espanhola propôs “uma profunda sintonia com os grandes personagens bíblicos e a escuta
viva da Palavra de Deus”. Entre os aspectos principais do pensamento teresiano
encontram-se a “relação pessoal com Jesus” e o cultivo da “perfeição”, entendida como
“aspiração” e “meta final” da vida cristã. Na saudação em língua portuguesa, o
Papa fez votos para que “o exemplo e a intercessão de Santa Teresa de Jesus” ajudem
os peregrinos a ser, “através da oração e da caridade aos irmãos, testemunhas incansáveis
de Deus numa sociedade carente de valores espirituais”. Queridos irmãos
e irmãs,
Santa Teresa de Jesus, nascida no século XVI, é um dos vértices
da espiritualidade cristã de todos os tempos, e deu início, junto com São João da
Cruz, à Ordem dos Carmelitas descalços. Apesar de não possuir uma formação acadêmica,
sempre soube se alimentar dos ensinamentos de teólogos, literatos e mestres espirituais.
Suas principais obras são: «O livro da Vida»; «Caminho da perfeição»; «Castelo Interior»
e «O Livro das Fundações». Entre os elementos essenciais da sua espiritualidade, podemos
destacar, em primeiro lugar, as virtudes evangélicas, base de toda a vida cristã e
humana. Depois, Santa Teresa insiste na importância da oração, entendida como relação
de amizade com Aquele que se ama. A centralidade da humanidade de Cristo, outro tema
que lhe era muito caro, ensina que a vida cristã é uma relação pessoal com Jesus,
a qual culmina na união com Ele pela graça, pelo amor e pela imitação. Por fim, está
a perfeição, aspiração e meta de toda vida cristã, realizada na inabitação da Santíssima
Trindade, na união com Cristo através do mistério da Sua humanidade.
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* * Dou as boas vindas a todos os peregrinos de língua portuguesa, presentes
nesta Audiência! Que o exemplo e a intercessão de Santa Teresa de Jesus vos ajudem
a ser, através da oração e da caridade
Durante a audiência geral rapaz,
enquanto eram anunciadas as delegações dos peregrinos de língua portuguesa, na Sala
Paulo VI, no Vaticano, um rapazinho apresentou-se a Bento XVI. O Papa sorriu-lhe
e trocou algumas palavras com ele antes de lhe dar a bênção. A cena provocou risos
e aplausos entre os peregrinos, que viram quando Georg Gaenswein, secretário do Papa,
percebeu a movimentação e, com um gesto discreto para as forças de segurança, permitiu
que o rapaz fosse até Bento XVI.