Roma, 1º fev (RV) - O dia de oração e jejum pela paz celebrado no último domingo
em todas as igrejas do Paquistão “foi e é um sinal luminoso de esperança para todo
o país, e pode ajudar a mudar o coração e a redescobrir o bem da paz e da harmonia”.
Foi o que disse à agência Fides o Secretário Executivo da Comissão Episcopal para
as Comunicações Sociais, Padre John Shakir Nadeem, que participou das celebrações.
Aderiram à iniciativa dos cristãos líderes e membros de outras minorias religiosas,
como também muitos muçulmanos, ansiosos de construir um país melhor, marcado pela
reconciliação e pelo bem comum.
Contemporaneamente, no domingo em Lahore e
em outras cidades do país, mais de 40 mil militantes radicais islâmicos protestaram
contra a revisão da lei sobre a blasfêmia, contra a libertação de Asia Bibi, contra
os Estados Unidos e contra o Papa, que é acusado de interferir em assuntos internos.
“Esta, explica o sacerdote à agência Fides, é a diferença fundamental: não estamos
contra ninguém, nós somente rezamos e jejuamos, porque acreditamos no valor da paz
e queremos dar, desta forma, a nossa contribuição, como cristãos”.
O Dia de
oração e jejum, organizado pelos bispos do Paquistão, registrou uma participação maciça
em todas as dioceses. Em Lahore, uma vigília de oração foi realizada na igreja católica
de Santa Maria, dos Frades Capuchinhos, com a participação de Dom Lawrence Saldanha,
Arcebispo da cidade e Presidente da Conferência Episcopal, e de Peter Jacob, Secretário
executivo da Comissão Justiça e Paz. Também estiveram presentes representantes de
outras denominações cristãs, minorias religiosas como os hindus, e líderes muçulmanos.
“Precisamos ouvir a voz da consciência, que nos conduz em direção da paz e
do bem”, disse Dom Saldanha. Também os líderes muçulmanos presentes leram versos do
Alcorão que falam de paz, sublinhando que a urgência do país é acima de tudo, a paz.
Os fiéis presentes recordaram e rezaram também por Asia Bibi, uma mulher cristã condenada
injustamente à morte com a acusação de blasfêmia.
Diante das manifestações
de grupos radicais islâmicos, a Assembleia se disse concorde na vontade de levar também
a eles uma mensagem de diálogo, em nome do bem da nação, confiando-a aos muçulmanos
moderados, que poderão ser promotores da mesma, na esperança de diminuir a tensão
e a polarização que atravessa a sociedade. (SP)