2011-01-29 12:07:46

REFUGIADOS POLÍTICOS SOMALIS RECEBEM VISITA DE PREMIÊ DO PAÍS


Cidade do Vaticano, 29 jan (RV) – Roma tem uma comunidade de 150 refugiados políticos provenientes da Somalia, que vivem esquecidos, em condições de extrema precariedade, sem água, luz ou gás, em meio ao lixo e aos roedores que rodam o centro da capital italiana. Passou-se a falar nessa questão depois que essas pessoas receberam uma visita surpresa do premier do governo transitório da Somália em viagem oficial à Itália.

A integrante da associação “Migrare”, Shukri Said, em entrevista à Rádio Vaticano, contou sobre essa visita, que ela mesma presenciou, e sobre a situação desses refugiados. Segundo ela, o primeiro-ministro, ao ver as condições em que vivem essas pessoas, ficou profundamente perturbado, incrédulo, “não conseguia entender como era possível viver em uma condição tão degradante”. Para os refugiados, foi uma surpresa, “tiveram esperança – disse ela – de que a presença do premier na Itália pudesse apressar o processo de modificação das suas condições”.

Essas pessoas têm status de refugiados políticos, não estão vivendo clandestinamente, na ilegalidade, mas são completamente negligenciados pelo governo italiano e pelo seu próprio. Questionada sobre essa situação, que poderia ser paradoxal, ou seja, ter um primeiro-ministro visitando refugiados do seu país, Shukri Said explicou que eles não estão fugindo do governo por serem perseguidos por este, mas sim de um país devastado pela guerra civil, sujeito aos tribunais islâmicos, ao comando do Al-Shabab (grupo de jovens islâmicos somalis que detém o poder de grande parte do país), o qual, segundo ela, está relacionado com a Al-Qaeda. Conforme afirmou, “é a Al-Qaeda que faz proselitismo criminal na Somália, e quem não está com eles é perseguido e eliminado”.

Algumas semanas atrás, em uma coletiva de imprensa realizada no próprio edifício onde estão vivendo esses refugiados, foi cobrada uma atitude dos parlamentares, no sentido de dar melhores condições de vida a essas pessoas. Até agora, segundo Shukri, nada foi feito. “A Itália concedeu a eles o status de refugiados políticos – disse ela -, adotou-os como filhos, e depois jogou-os na rua. A Itália deve cumprir com as próprias responsabilidades”. (ED)







All the contents on this site are copyrighted ©.