ASSASSINADO JORNALISTA ATIVISTA DE DIREITOS HUMANOS NAS FILIPINAS
Puerto Princesa, 27 jan (RV) – Assassinado, nesta segunda-feira, nas Filipinas,
Gerry Ortega, conhecido ativista de direitos humanos e jornalista – foi morto a tiros
na cidade de Puerto Princesa, na Ilha de Palawan. Nos últimos 25 anos, já foram mortos
142 profissionais da comunicação nesse país asiático.
Os bispos filipinos
lançaram, recentemente, um alarme sobre o crescimento da do crime e da violência,
particularmente contra os jornalistas, religiosos e religiosas, e ativistas, sindicalistas
e advogados de direitos humanos.
Gerry Ortega tinha 47 anos, era católico,
e estava trabalhando em uma campanha em defesa das comunidades indígenas de Palawan.
Nas suas transmissões radiofônicas, dava voz a missionários, expoentes da comunidade
cristã e de organizações não governamentais e ambientalistas. Estes últimos, haviam
lançado um abaixo-assinado para salvar a natureza de uma das mais belas ilhas das
Filipinas.
De fato, Palawan está sob risco de ter seu ecossistema devastado
por um grande projeto de uma mineradora, autorizado pelos governos central e estadual.
Palawan é habitada por pequenas tribos indígenas que vivem em pequenos vilarejos,
nas áreas montanhosas ou ao longo da costa, tirando seu sustento da pesca e da agricultura.
Duas multinacionais, MacroAsia e Celestial, já comunicaram a abertura de escavações
para construção de estradas.
A campanha ambiental à qual o jornalista assassinado
estava dando espaço requeria que se recordasse ao governo de Manila os danos já causados
pelo “Mining Act” de 1995, que abriu o caminho às multinacionais para a exploração
de terras pertencentes, historicamente, aos indígenas. (ED)