Abidjan, 26 jan (RV) - "Condenamos as mortes violentas em nome da dignidade
do ser humano, amado por Deus. É também em nome do respeito pela vida humana que nos
opomos ao uso da força, da violência e de qualquer tipo de arma para resolver a crise
pós-eleitoral marfinense" – afirmaram os bispos da Costa do Marfim no final da 91ª
Assembleia Plenária, concluída no último dia 23, em Bingerville.
Nos últimos
dias, várias pessoas morreram em algumas áreas do país em confrontos com a polícia
ou com grupos paramilitares. A crise política criada por Laurent Gbagbo que não reconheceu
a vitória de Alassane Ouattara no segundo turno das eleições presidenciais de 28 de
novembro passado, ameaça mergulhar o país no caos e na guerra civil.
Um risco
que os bispos denunciaram nestes termos: "que seja evitada mais uma guerra que só
aumentaria o sofrimento, a pobreza e o número de mortos. Por isso, fazemos nossas
as palavras do Servo de Deus Paulo VI, em seu discurso proferido no Dia Mundial da
Paz de 1976: É preciso dar à paz outras armas, que não são aquelas destinadas a matar
e exterminar a humanidade, mas as armas morais, que dão força e prestígio ao direito
internacional".
Os bispos marfinenses convidaram os fiéis católicos e todas
as pessoas de boa vontade a seguirem o caminho da busca da verdade e da justiça. Enfim,
fizeram um apelo a não desanimar, mas a perseverar na oração e no amor ao próximo
a fim de criar uma Costa do Marfim mais unida e fraterna. (MJ)