Cidade do Vaticano, 23 jan (RV) - A primeira leitura, a mesma da noite de Natal,
nos fala do domínio dos assírios sobre Israel. Na verdade, duas tribos que viviam
ao norte do país, na Galiléia, e eram esquecidas, oprimidas, vilipendiadas em seus
direitos. Viviam, de fato, em total escuridão. É a esses povos que o Senhor socorre
com sua luz. Ele destrói a escuridão, quebra o jugo opressor e alegra seu povo com
a libertação de todo e qualquer sofrimento. Na liturgia da noite de Natal, a leitura
ia mais adiante, e falava do nascimento de um menino, do qual a luz era a sua representação. No
Evangelho, Jesus vai morar nessa região do norte. Mateus cita a profecia que ouvimos
na primeira leitura. A promessa é cumprida 700 anos depois, por Jesus Cristo, a Luz
do mundo.
Há muito os assírios haviam deixado Israel, mas não a situação de
morte, de pecado, através das más ações dos homens. Por isso Jesus prega: “Convertei-vos,
porque o Reino dos Céus está próximo!” Ele vai anunciar a necessidade da mudança
de coração, onde as pessoas se encontram, ali no trabalho, no seu dia a dia. É Deus
companheiro, o Deus visitador, aquele que solicita nossa companhia, nosso trabalho,
nossa amizade. Ele nos quer como colaboradores em sua missão de Luz que destrói as
trevas. Recordo a cerimônia batismal quando o sacerdote acende uma vela no círio pascal,
o sinal expressivo do Cristo Ressuscitado, e a entrega ao batizando, dizendo para
ele ser luz. Temos todos a missão cristã de iluminar com nossa fé, esperança e serviço
a parcela do mundo em que vivemos, fazendo o bem a todos. Aí sinalizaremos que chegou
o Reino de Deus, Reino de Justiça, do Amor e da Paz. A vocação, o chamado que Jesus
dirige a Pedro e a André, a Tiago e a João, dirige também hoje, agora a cada um de
nós, onde estivermos, fazendo o que quer que seja. Ele nos diz: “Segui-me e eu vos
farei pescadores de homens,” colaborando na sua missão: libertar a Humanidade do mal
que impede o Reino de Deus de se aproximar e dos seres humanos de irem até Deus.. Vivamos
nossa vocação de luz. Sejamos construtores da paz, de uma sociedade alicerçada no
amor e no perdão. (CA)