BISPOS FILIPINOS DENUNCIAM AUMENTO DA CRIMINALIDADE
Manila, 21 jan (RV) - Os bispos das Filipinas denunciam o aumento do crime
no país.
A criminalidade que aumenta e prospera; homicídios, sequestros, episódios
de violência que emergem cotidianamente nos jornais, o medo generalizado dos cidadãos:
estes elementos preocupam seriamente os bispos filipinos que convidam o Governo a
empenhar-se no respeito da lei e da ordem, garantindo a segurança da população.
Num
comunicado, prelados da região de Metro Manila assinalam a degradação da ordem na
sociedade, a impunidade e o mau funcionamento da justiça. O Bispo de Kalookan, Dom
Deogracias S. Iñiguez, pede uma investigação detalhada sobre o fenômeno e que sejam
encontradas soluções adequadas. O Bispo de Catarman, Dom Emmanuel C. Trance, ressalta
que homicídios e assassinatos continuam acontecendo no país, em meio ao silêncio geral.
Segundo o Bispo de Puerto Princesa, Dom Pedro D. Arigo, presidente da Comissão
para a Pastoral Carcerária da Conferência Episcopal, "as raízes do fenômeno estão
na cultura generalizada da impunidade e na ineficiência das forças de segurança".
"Uma situação – ressaltam os prelados – que coloca em risco a paz e a harmonia
social no país. Por isso, o Governo deve realizar rapidamente a reforma das forças
de segurança. Pede-se ao presidente Benigno Aquino que faça da questão uma prioridade
na agenda política nacional".
Por sua vez, a Igreja se compromete em contribuir
para conter o que certos observadores definem como desastre moral, ou seja, a total
ausência de educação das consciências dos cidadãos, que não hesitam em desrespeitar
a lei, incrementar a corrupção e perpetrar atos criminosos. "Além da vontade política,
para combater o fenômeno são necessárias a mobilização de baixo para cima e a reeducação
das consciências, na sociedade" – observam os bispos.
O governo Aquino herdou
uma situação difícil. Na última década, sob a presidência de Glória Macapagal Arroyo,
aumentaram exponencialmente os homicídios de ativistas de direitos humanos, jornalistas,
magistrados, advogados, sindicalistas e religiosos.
Em oito anos de Governo
Arroyo, foram certificadas 1.118 assassinatos, 1.026 casos de tortura, 1.946 prisões
arbitrárias, além de 30 mil agressões e 81 mil episódios de ameaças. (MJ)