2011-01-20 12:19:01

IRAQUE: CONTINUA DO DRAMA DOS CRISTÃOS


Bagdá, 20 jan (RV) - “Devemos dizer a verdade claramente: os cristãos são constantemente agredidos e forçados a deixar o Iraque”. Foi o que afirmou o arquidiácono Emanuel Youkhana, coordenador da ajuda humanitária para as famílias cristãs no Iraque, da Igreja Assíria do Oriente, em uma entrevista à Associação de Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). O arquidiácono nega, como afirma o governo iraquiano, que o “terror não é dirigido contra os cristãos, mas contra todos. Os ataques são claramente dirigidos contra os cristãos. Não é suficiente somente condenar o que aconteceu. Os cristãos não têm medo de ataques atuais, mas têm medo pelo futuro e por aquilo que ainda poderá ocorrer”. Para o arquidiácono eles temem, acima de tudo a islamização em constante aumento na sociedade, como demonstraria o fato de que muitas mulheres cristãs não se atrevem a sair de suas casas sem o véu. Recentemente a Faculdade de Música da Universidade de Bagdá foi fechada porque a música é incompatível com a Sharia.

Na entrevista, Padre Youkhana também criticou o fato de que a Constituição iraquiana discrimina os cristãos. Dispõe, por exemplo, que existam sempre representantes religiosos muçulmanos entre os juízes do Tribunal Constitucional do país. “A Constituição – afirma ele - deve reconhecer igual tratamento aos cristãos e não deve torná-los cidadãos de segunda ou terceira categoria. Já não é mais suficiente limitar os nossos pedidos para uma maior proteção das igrejas; e as nossas escolas, as nossas casas, e a nossa vida de todos os dias?”.

A fuga dos cristãos do Iraque é continua: a cada semana, disse o arquidiácono, quatro aviões deixam Bagdá direto a Beirute e a maioria dos passageiros é formada por cristãos. “O objetivo da Igreja é dar novamente esperança e confiança ao seu povo. É necessário agir principalmente com as crianças e jovens. A Igreja tem um papel fundamental porque transmite às pessoas uma mensagem de esperança e dá apoio material”.

O futuro dos cristãos está, portanto, em nossas mãos, “o governo não faz nada, os cristãos são indefesos, mas ainda têm esperança. Mas a esperança não pode ser baseada apenas nas palavras. É importante que os meios de comunicação informem sobre a situação dos cristãos. A Igreja presente em todo o mundo e as organizações de caridade oferecem uma solidariedade moral e material forte, mas a Igreja não tem os meios para fornecer todas as infra-estruturas nem para provocar uma mudança política”. E é aqui, para o Padre Youkhana que “os governos ocidentais devem intervir”. (SP)







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