2011-01-13 12:43:16

CASO BIBI: MULHER CRISTÃ TEME POR SUA VIDA


Roma, 13 jan (RV) - Fontes próximas à família de Asia Bibi informaram à agência vaticana Fides que esta mulher cristã detida no Paquistão, acusada de ter violado a Lei de Blasfêmia, está cansada pelas constantes tensões sobre ela e agora teme por sua vida. Fides assinala que Asia se sente constantemente em perigo de morte e confia sua vida a Deus. Na terça-feira seu marido Ashiq se encontrou com ela na prisão e assinalou que é alarmante “o estado de prostração psicológica e de desespero” no qual ela se encontra.

Asia Bibi também se referiu ao assassinato do governador de Punjab, Salman Taseer, sobre quem afirmou que era “um homem bom e justo, um aliado em minha luta contra a injustiça e pela abolição da Lei de Blasfêmia. Quem nos protegerá agora? Estamos todos em perigo”, disse ela.

A agência Fides assinala ainda que as tensões no país aumentaram depois que mais de 50 mil muçulmanos marcharam recentemente a favor da Lei de Blasfêmia. Neste evento o assassino de Taseer foi elogiado e chamado de “herói”. Os participantes da marcha exortaram a assassinar Asia Bibi e todos aqueles que se opõem a esta norma.

A Lei de Blasfêmia reúne várias normas contidas no Código Penal inspiradas diretamente na Xaria -lei religiosa muçulmana- para sancionar qualquer ofensa de palavra ou obra contra Alá, Maomé ou o Alcorão. A ofensa pode ser denunciada por um muçulmano sem necessidade de testemunhas ou provas adicionais e o castigo poderia supor o julgamento imediato e a posterior condenação à prisão ou à morte do acusado. A lei é usada com freqüência para perseguir a minoria cristã, que costuma ser explorada no trabalho e discriminada no acesso à educação e os postos de função pública.

Sobre as ameaças que receberam as pessoas que ajudam Asia Bibi e sua família como, Haroon Barket Masih da Masihi Foundation, este advogado assinala que “hoje existem 10 milhões de potenciais assassinos de Asia. Taseer foi assassinado, o ministro (para as minorias) Shahbaz Bhatthi ou o ex-ministro Sherry Rehman também foram condenados à morte pelos extremistas".

“O governo, do premier Gilani disse abertamente que não pensa em modificar a Lei sobre a Blasfêmia. O executivo acolhe alguns fundamentalistas: por isso, se afasta dos princípios e da visão democrática e legítima com patentes violações de direitos humanos". (SP)







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