Lahore, 11 jan (RV) - Cristãos em todo o Paquistão recordaram na missa do último
domingo o sacrifício de Salman Taseer, governador de Punjab, que foi assassinado na
última terça-feira, 4 de janeiro, por ter se oposto à lei sobre a blasfêmia, como
um pretexto para violências e injustiças.
Em Islamabad – refere a agência de
notícias AsiaNews - os fiéis se reuniram na igreja de Nossa Senhora de Fátima, onde
o Padre Anwar Patras Gill, em sua homilia, pediu orações por este líder político que
morreu “enquanto lutava pela justiça para os cristãos no Paquistão e pela paz em todo
o mundo”. A Conferência Episcopal do Paquistão - disse a agência Ucanews - descreveu
o assassinato como “um sinal do crescente fanatismo religioso no país, o que mostra
a intolerância em relação a outras crenças e opiniões”.
“Nossa nação está dividida
em duas facções, os moderados e os extremistas, disse o Vigário-geral da diocese de
Lahore, Padre Andrew Nisari, durante a Missa na Catedral do Sagrado Coração. É difícil
acreditar na justiça se as pessoas cultas, como os juristas elogiam o assassinato
do governador. Isso indica uma deterioração crônica da sociedade”.
O assassinato
do governador de Punjab teve grande ênfase nos jornais de todo o mundo, entre os quais
o saudita “Arab News”, que o recorda em um longo editorial. O jornal sublinha a coragem
de Taseer, cuja tenaz oposição ao extremismo e à violência lhe custou a vida e “o
transformou em um mártir”.
O assassino de Taseer, Mumtaz Hussain Qadri, é definido
“um assassino sorridente sem escrúpulos e um ignorante instrumento do mal”. O artigo
conclui convidando os líderes da nação a se oporem às forças desviadas que “ameaçam
mergulhar na escuridão o Paquistão e o Islã”. (SP)