FESTA DO BATISMO DO SENHOR: REFLEXÃO DE PE. CESAR AUGUSTO
Cidade do Vaticano, 09 jan (RV) - O tema do Evangelho de hoje está no versículo
15: “Devemos cumprir toda a justiça”. Jesus fala essa mensagem a João Batista e, como
percebemos, fala na 1ª pessoa do plural. Ele fala em nome do Pai – cujo projeto ele
Jesus cumpre fielmente - está falando em nome do Espírito – que virá sobre ele -
e também em nome de todos aqueles que se comprometem com ele, desde a Virgem Maria,
passando por São José, pelo próprio João Batista e chegando até nós.
Essa justiça
que constrói o Reino está dentro de nossa história e se caracteriza não pela violência
como João anunciava, como vimos no 1º domingo do Advento, mas na solidariedade para
com os pecadores, como nos anunciou o Evangelho do 2º domingo.
O Pai quer
que Jesus salve a humanidade, essa é a justiça que ele deverá cumprir. Para isso se
solidariza com a humanidade ao receber de João o batismo de penitência. Contudo o
Pai e o Espírito manifestam que o verdadeiro batismo se dá fora da água, se realiza
quando Jesus sai do Jordão, o céu se abre, o Espírito vem sobre Jesus e pousa sobre
ele. Jesus assumiu o projeto do Pai, irá realizar a justiça, irá redimir a humanidade,
o Espírito o ungiu para isso!
Neste momento recordemos as palavras de Isaías
na primeira leitura: “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão;
eu te formei e te constituí como centro da aliança do povo, luz das nações, para abrires
os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas
trevas”. Em Jesus se realiza essa vocação. Ele é rei e sacerdote, foi ungido para
para cumprir toda a justiça dando origem ao Reino de Deus.
Recordemos o nosso
batismo. Fomos inseridos no Povo de Deus também para essa missão, cumprir a justiça,
não apenas para nos salvar. Temos uma dimensão apostólica, colaborar com o Senhor
na instauração da justiça, da solidariedade, da acolhida a todos, especialmente daqueles
que são marginalizados porque pecadores. A missão é ir atrás da ovelha perdida, é
resgatar os extraviados, é colaborar para que a cana rachada não se quebre e nem o
pavio que ainda fumega seja apagado, como falou Isaías.
Ser batizado é ter
um coração misericordioso e integrador, como o de Jesus. De acordo com esse coração
que é reflexo do amor do Pai, justiça não é manter as pessoas excluídas por causa
de seus erros, mas justiça e transformá-las em filhas de Deus, assim como aconteceu
e acontece com cada um de nós. (CAS)