IRAQUE: AL QAEDA CONCENTRA-SE EM ATAQUES CONTRA CRISTÃOS
Bagdá, 07 jan (RV) - A al Qaeda está atacando cristãos em suas casas no Iraque,
depois que as autoridades iraquianas aumentaram a proteção às igrejas da minoria religiosa,
disse um comandante do exército dos Estados Unidos, nesta quinta-feira.
O general
Robert Cone, comandante-geral adjunto das operações dos EUA no Iraque, disse que o
grupo islâmico sunita parece determinado a continuar os ataques contra os cristãos,
depois de um cerco a uma catedral católica, há dois meses.
"A al Qaeda mudou
de estratégia e decidiu atacar cristãos em suas casas" – disse Cone em entrevista
à agência de notícias Reuters, acrescentando que não havia nenhuma informação da inteligência
sobre ataques contra outras minorias no país.
Uma série de ataques a bomba
contra as casas de cristãos, na última semana, em Bagdá, matou duas pessoas e feriu
pelo menos 16. As explosões se seguiram a um atentado, no dia 31 de outubro passado,
à catedral sírio-católica, na capital do Iraque, que deixou um saldo de 58 mortos.
O
grupo "Estado Islâmico do Iraque", afiliado local da al Qaeda, disse que os cristãos
iraquianos deverão sofrer novos ataques, a menos que pressionem a Igreja cristã do
Egito, para que liberte mulheres que, segundo o grupo, foram presas pela Igreja, depois
de se terem convertido ao Islã.
No dia do Ano Novo, uma explosão em frente
a uma igreja, na cidade portuária egípcia de Alexandria, matou 23 pessoas. Há meses,
radicais islâmicos estão incitando a ataques contra a Igreja Copta no Egito, através
de sites jihadistas.
Cone disse que as forças de segurança iraquianas estão
apreensivas e aumentaram o nível de proteção para os cristãos. As tropas dos EUA devem
se retirar do Iraque até o final de 2011, mais de oito anos após a invasão.
No
passado, os cristãos do Iraque já chegaram a totalizar cerca de 1 milhão e meio de
fieis, mas agora se acredita que o número deles não supere os 850 mil, numa população
total de 30 milhões de habitantes.
Cerca de mil famílias cristãs (seis mil
pessoas) fugiram para a região curda do norte do Iraque, ou para países vizinhos à
região, desde o ataque à catedral, informou a ONU no mês passado. (AF)