BISPOS ARGENTINOS DENUNCIAM EXCLUSÃO SOCIAL

Buenos Aires, 04 jan (RV) - "A pobreza e a exclusão social são males estruturais difíceis de resolver. Elas são o resultado da negação desse problema no campo institucional e social" – foi o que disse o Bispo de San Isidro, na Argentina, Dom Alcides Jorge Pedro Casaretto, presidente da Conferência Episcopal desse país, sobre os recentes episódios de ocupação dos terrenos do Parque Indo-americano no bairro de Villa Soldati, localizado na zona sul de Buenos Aires, por pessoas sem moradia.

"Estas pessoas vivem numa situação de humilhação e grande desconforto. Elas procuram um ambiente onde apossam viver melhor" – frisou o bispo.

"Algumas semanas antes do Natal, o povo argentino viveu momentos de grande tensão com mortes, invasão de terra, luta de pobres contra pobres e violência perpetrada contra os nossos irmãos provenientes dos países vizinhos. Tais situações causam profunda angústia e incerteza em relação ao futuro" – disse Dom Casaretto, numa entrevista ao jornal da Santa Sé, L'Osservatore Romano.

Tais fatos, juntos com a pobreza, constituem um problema para a vida dos argentinos e interpelam os sujeitos institucionais, políticos e sociais do país.

"Para superar essa tendência arraigada na sociedade argentina e diante da crescente fragmentação do país, precisamos encorajar uma cultura de diálogo, de encontro e busca de consenso, uma cultura de solidariedade e amizade" – ressaltou o prelado.

Os bispos argentinos ao proclamar 2011 o Ano da Vida, evidenciaram valores que são princípios invioláveis, como a respeito pela dignidade da pessoa humana, a liberdade religiosa, educacional e escolar, a família fundada no matrimônio entre homem e mulher, além do direito ao trabalho, moradia, liberdade de imprensa finalizada ao bem comum, atenção aos pobres e excluídos, acolhimento dos imigrantes, integração e respeito pela criação. (MJ)