Atentado contra igreja no Egipto é uma «abjecção» . Presidente do Conselho Pontifício
para o Diálogo Inter-religioso apela ao «diálogo» e sublinha que deve evitar-se a
«cólera» e a «indiferença»
(4/1/2011) O presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, cardeal
Jean-Louis Tauran, considerou que o atentado no último Sábado contra uma igreja na
cidade egípcia de Alexandria é uma “abjecção”. “A palavra que me vem à mente é
‘abjecção’, porque nos encontramos diante de uma perversão da religião: nenhuma religião
pode ‘justificar’ um tal modo de proceder, na medida em que ele atinge homens e mulheres
que estão em oração e que, portanto, exprimem a dimensão mais nobre da pessoa humana”,
salientou em entrevista á Radio Vaticano. O prelado francês defende que deve evitar-se
a “cólera”, uma “má conselheira”, e a “indiferença”, ao mesmo tempo que se aposta
em soluções tendentes à paz: “Encontramo-nos frente às forças do mal: mas o mal vence-se
com o bem. Isto significa que o diálogo deve ser intensificado”, afirmou. Para
o cardeal Jean-Louis Tauran “são necessárias, antes de mais, as armas ‘morais’, que
dão força e prestígio ao Direito Internacional, a começar pela observância dos acordos”,
pelo que urge “colocar em prática todas as belas declarações comuns” assinadas entre
os Estados. De acordo com a AFP, as forças de segurança egípcias reforçaram o estado
de alerta junto das igrejas após o atentado que, segundo as autoridades locais, terá
sido perpetrado por um bombista suicida agindo em nome de terroristas estrangeiros. O
patriarca copta ortodoxo Shenouda III afirmou que mantém a intenção de celebrar a
missa de Natal na data prevista, a 7 de Janeiro, apesar dos riscos.