PAPA: A GUERRA É O ROSTO MAIS HORRÍVEL E VIOLENTO DA HISTÓRIA
Cidade do Vaticano, 1° jan (RV) - Bento XVI presidiu, na manhã deste sábado,
na Basílica de São Pedro, a celebração eucarística da Solenidade de Maria Mãe de Deus
e 44° Dia Mundial da Paz.
O Santo Padre, em sua homilia, fez um apelo às nações
para que se empenhem pela paz no mundo e pelo respeito da liberdade religiosa.
"Ainda
envolvidos no clima espiritual de Natal, em que contemplamos o mistério do nascimento
de Cristo, hoje celebramos com os mesmos sentimentos a Virgem Maria, que a Igreja
venera como Mãe de Deus, enquanto deu corpo ao Filho do Pai Eterno" – frisou o Papa.
"A Igreja pede ao Senhor para que abençoe o novo ano que se inicia, consciente
de que, diante dos trágicos acontecimentos que marcam a história, diante das lógicas
de guerra que infelizmente ainda não foram superadas, somente Deus pode tocar o coração
humano e assegurar esperança e paz à humanidade" – ressaltou ainda o Santo Padre,
que acrescentou:
"Está consolidada a tradição, que no primeiro dia do ano
a Igreja, espalhada por todo o mundo, eleve uma uníssona oração para invocar a paz.
É bom iniciar um novo caminhar andando com decisão em direção à paz. Hoje, queremos
recolher o grito de tantos homens, mulheres, crianças e idosos, vítimas da guerra,
que é o rosto mais horrível e violento da história. Rezemos hoje para que a paz, que
os anjos anunciaram aos pastores na noite de Natal, possa chegar a todos os lugares:
"paz na terra aos homens de boa vontade" (Lc 2,14). Por isso, especialmente com nossa
oração, queremos ajudar cada pessoa e cada povo, sobretudo aqueles que possuem responsabilidade
de governar, a trilhar sempre de um modo decisivo no caminho da paz" - sublinhou o
pontífice.
Bento XVI frisou que "é no nome de Maria, Mãe de Deus e dos homens,
que a partir de 1º de janeiro de 1968 se celebra em todo o mundo o Dia Mundial da
Paz. A paz é dom de Deus, como ouvimos na primeira leitura: O Senhor nos dê a paz
(Nm 06:26). Esse é o dom messiânico por excelência, o primeiro fruto da caridade que
Jesus nos doou, é a nossa reconciliação e pacificação com Deus. A paz é também um
valor humano a ser realizado no plano social e político, mas tem suas raízes no mistério
de Cristo".
O Santo Padre recordou que em sua mensagem para o 44° Dia Mundial
da Paz, celebrado hoje, intitulada "Liberdade religiosa, caminho para a paz" que "o
mundo precisa de Deus; precisa de valores éticos e espirituais, universais e compartilhados,
e a religião pode oferecer uma contribuição valiosa na busca da paz, para a construção
de uma ordem social e internacional justa e pacífica".
O Papa acrescentou
que "diante das ameaçadoras tensões do momento, diante especialmente das discriminações,
arbitrariedades e intolerâncias religiosas, que hoje agridem particularmente os cristãos,
mais uma vez renovo o convite para que não cedam ao desânimo e à resignação. Exorto
a todos para rezar a fim de que chegue a bom fim os esforços realizados em toda parte
para promover e construir a paz no mundo. Para esta difícil tarefa não bastam palavras,
é necessário o empenho concreto e constante dos responsáveis das nações, mas é sobretudo
necessário que cada pessoa esteja animada pelo autêntico espírito da paz, que deve
ser implorado sempre na oração e vivido nas relações diárias, em todo ambiente".
Bento
XVI concluiu sua homilia ressaltando que "a Virgem Maria nos doa seu Filho, nos mostra
o rosto de seu Filho, Príncipe da Paz: que ela nos ajude a permanecer na luz deste
rosto, que brilha sobre nós para que possamos redescobrir toda a ternura de Deus Pai.
Que Maria nos ajude a invocar o Espírito Santo, para que renove a face da terra e
transforme os corações, dissolvendo a sua dureza diante da bondade do Menino, que
nasceu para nós. A Mãe de Deus nos acompanhe neste novo ano e obtenha para nós e para
o mundo inteiro o desejado dom da paz". (MJ)