Roma, 30 dez (RV) - A crise econômica foi uma das grandes protagonistas de
2010, ano no qual foram vistos também os primeiros sinais de retomada da economia,
ao mesmo tempo em que muitos países foram levados por sérias decaídas sociais, como
foi o caso da Grécia. O professor de Economia Aplicada da Universidade de Bari (Itália),
Gianfranco Viesti, fez um balanço desse cenário econômico de 2010.
O balanço
desse ano que passou foi divido em três pontos pelo Professor Viesti. O primeiro é
positivo e se refere aos sinais de retomada econômica muito fortes fora da Europa
e mais fracos dentro do Continente, relacionados, principalmente com o comércio internacional.
O segundo ponto é negativo, pois mostra que a crise atingiu os setores de
emprego e sociais, e nessas áreas, segundo o professor, não dão sinais de melhora.
Quanto ao terceiro ponto, fala-se em incerteza quanto ao futuro próximo, já
que a saída da crise ainda está acontecendo e não há seguranças de que ela não voltará
no curto prazo.
E quando se fala em futuro, fala-se necessariamente em índia
e China, já que ambos estão deslocando a economia mundial, mais uma vez, em direção
ao Oriente. O professor explica que esse processo iniciou há, pelo menos, 10 anos,
sendo acentuado nos últimos dois, pois esses países estão crescendo muito rapidamente,
inclusive no campo tecnológico-científico. A China acumula grande parte da produção
industrial mundial, enquanto a Índia se concentra nos serviços, ressaltou Viesti.
O magistrado falou ainda sobre o Brasil e a América Latina, os quais, em geral,
disse terem ido muito bem em 2010, devido, segundo ele, “a um grande efeito Lula que
se espalhou por essa porção do Continente Americano”. “Todos esses elementos são positivos
– disse -, pois não devemos viver o mundo como uma área de soma zero, na qual se um
lado tem mais o outro deve ter menos.” “O que é certo – afirmou ele encerrando o balanço
de 2010 - é que o crescimento desses países modificou a economia mundial.”
Quanto
às previsões econômicas para 2011, há grande probabilidade de que as tendências de
2010 se mantenham. Para ele, a grande dúvida paira sobre o Continente Europeu, sobre
sua capacidade de sair da crise e de saldar os débitos de alguns Estados. Ele citou
não somente a Grécia, mas também a Espanha e a Irlanda, dizendo que o risco é o de
que cada país pense somente nas suas questões emergenciais e deixe de lado a estabilidade
do Continente na sua totalidade. (ED)