Bagdá, 29 dez (RV) - "As Igrejas tornaram-se fortalezas nas quais não se reza
como se deveria" – assim alguns fiéis sintetizaram a atmosfera de Natal vivida este
ano no Iraque, onde as celebrações da Noite Santa foram proibidas por motivos de segurança,
depois do atentado perpetrado contra a Catedral Nossa Senhora do Perpétuo Socorro,
em 31 de outubro passado, em Bagdá.
Em Kirkuk, por exemplo, a missa solene
foi celebrada na manhã do último dia 25, na presença das autoridades locais, chefes
da polícia e do exército, de alguns expoentes políticos e do representante do grande
aiatolá, Alì al Sistani, enquanto do lado de fora as forças de segurança tomavam conta
do edifício.
Muitas famílias cristãs que fugiram para o norte, no Curdistão,
puderam participar da vigília em Soulaymanyia, onde a primeira-dama distribuiu presentes
para as crianças e os fiéis usaram uma fita vermelha nas costas para lembrar as vítimas
do ataque, em Bagdá, e dizer que no Natal a esperança e a paz estão ligadas ao sacrifício.
"A esperança existe, mas é frágil" – testemunharam os sacerdotes iraquianos. (MJ)