CARDEAL TAURAN: NINGUÉM CONSEGUIRÁ ACABAR COM OS CRISTÃOS NO ORIENTE MÉDIO
Cidade do Vaticano, 29 dez (RV) - Ninguém conseguirá acabar com a presença
dos cristãos no Oriente Médio. Eles fazem parte da historia da Igreja naquelas terras.
Eles são historia, mas precisam da nossa solidariedade. Esta a certeza expressa pelo
cardeal Jean- Louis Tauran, Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso
numa entrevista ao L’Osservatore Romano.
Trata-se apenas de ajudar as varias
comunidades religiosas a conhecerem-se mais, a aprender a trabalhar juntas para o
bem comum. Só assim será possível isolar os fundamentalistas e debelar a violência
- acrescentou.
Segundo L’Ossservatore Romano a condição dos cristãos naquela
vasta área do mundo foi certamente a fonte de maior preocupação para o Pontifício
Conselho para o Diálogo Inter-religioso neste ano que está terminando.
Não
foi por acaso que o Cardeal Tauran efetuou 10 viagens a países com maioria islâmica,
ou a países onde a presença islâmica é significativa e exige uma atenção especifica
para encontrar a maneira de desenvolver o diálogo entre as varias religiões.
Sobre
os episódios dramáticos como as atentados sangrentos destes dias contra os cristãos,
que se seguira, ao massacre na catedral de Bagdá em outubro, segundo o Cardeal Tauran
trata-se certamente de episódios muito graves que nos fazem perceber quais são os
níveis de crueldade que o terrorismo pode assumir. Antes, pelo menos os lugares sagrados
eram respeitados; agora pelo contrário tornam-se alvo preferido, sobretudo quando
acolhem gente que reza. O Cardeal Tauran nesta entrevista ao L’Osservatore Romano
mostra-se convencido de que se trata de ações provenientes de ambientes extremistas
que não recolhem consenso no mundo islâmico.
Pessoalmente afirmou ter recebido
muitos testemunhos de solidariedade e palavras de condenação vindos de todos os chefes
religiosos do Iraque e de outros países. Mas acrescentou ter recebido muitas solicitações
no sentido de promover novas e contínuas iniciativas de diálogo, com a certeza de
que a maior parte dos responsáveis da comunidade islâmica deseja prosseguir no caminho
do respeito e do diálogo para isolar cada vez mais todos aqueles que procuram instrumentalizar
as diferenças com fins políticos ou de poder.
O problema – explicou – é fazer
penetrar o fruto do grande trabalho que se faz entre chefes religiosos até à base,
e de o fazer chegar aos vértices dos sistemas legislativos, para que se transforme
em leis de proteção. Não só: a atenção deve ser prestada ao mundo da informação e
da formação. É necessário promover o respeito e o conhecimento uns dos outros. (SP)