2010-12-27 12:04:04

NATAL NA VISÃO DE CRISTÃOS E MUÇULMANOS


Lisboa, 27 dez (RV) - O Natal vivido na Europa ou nas “Américas ‘pagãs’ e consumistas” e no “Médio Oriente majoritariamente muçulmano” é vivido com “uma grande analogia”: “em ambos os mundos se vive o verdadeiro cristianismo em contexto ‘minoritário’”.

Para Adel Sidarus, cristão originário do Egito, docente e investigador universitário e residente em Portugal, a “mensagem natalícia num meio muçulmano” enfrenta uma cultura onde impera uma imagem do divino “essencialmente transcendente e onipotente” e em que “a crença no Filho de Deus feito homem soa como politeísmo e blasfêmia, passível de retaliação violenta”.

No artigo que redigiu para o dossiê “Natal” do semanário da Agência ECCLESIA, o professor universitário assinala que no Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, Jesus é tido como “um profeta muito particular”, um “espírito” de Deus que foi “soprado” no seio da Virgem Maria.

Para o mundo do Islã, refere o autor, “o Natal é simplesmente a comemoração do nascimento desse profeta ‘misterioso’”.

À semelhança do Natal cristão, o nascimento de Cristo no universo muçulmano celebra “o mistério do amor que liga o Deus-Criador, transcendente e onipotente, à sua humilde e ‘infanta’ criatura”. Ao mesmo tempo que lança um convite à rejeição da “vaidade”, “orgulho”, “prepotência” e “violência”, a festa destaca a “bondade”, “solidariedade” e “confiança na misericórdia de Deus”.

Adel Sidarus lembra que, para os muçulmanos, Jesus e a sua mãe foram as “únicas criaturas” geradas sem “‘serem tocadas por Iblís (o Diabo)’”, crença que evoca o dogma da Imaculada Conceição, comemorado pela Igreja Católica no dia 8 de dezembro.

“Há que frisar – destacou Adel - que os muçulmanos acreditam, desde os inícios do século VII, na “imaculada concepção” da Virgem Maria, isto é, mais de doze séculos antes da proclamação católico-romana do respectivo dogma (1854)”. (SP)








All the contents on this site are copyrighted ©.