Preocupações da comunidade internacional e da Igreja Católica na Costa do Marfim
pela situação de violência no país
(23/12/2010) A Igreja Católica na Costa do Marfim manifestou a sua preocupação pela
situação de violência no país, depois das eleições presidenciais realizadas a 28 de
Novembro, apelando a uma “solução pacífica e democrática”. Laurent Gbagbo, presidente
cessante, e Alassane Ouattara, presidente reconhecido pela comunidade internacional,
reclamam ambos vitória nas presidenciais, tendo formado dois governos. Para o arcebispo
de Abidjan e porta-voz do “colectivo de líderes religiosos para eleições pacíficas”,
D. Jean-Pierre Kutwa, é preciso que Gbagbo e Alassan “sejam razoáveis”, convidando
a população à calma. “Deus não abandonará a Costa do Marfim e é ainda possível
encontrar uma solução pacífica e democrática”, disse, numa intervenção publicada pelo
jornal do Vaticano, «L’Osservatore Romano». Os líderes religiosos da Costa do Marfim
lamentaram que se tenha passado “da violência verbal à violência física”, admitindo
que “o pior ainda está para vir”. “Desejamos ter um presidente acima dos clãs,
das tribos, das religiões, um presidente capaz de liderar o nosso país e aqueles que
nele habitam, em direcção ao pleno desenvolvimento”, aponta D. Jean-Pierre Kutwa. A
comunidade internacional reconheceu a vitória de Ouattara, que se encontra refugiado
num hotel de Abidjan, protegido por tropas da missão das Nações Unidas no país.
A
União Europeia apelou à saída imediata de Laurent Gba-Gbo....numa primeira série
de sanções contra o presidente cessante daquele país africano que se recusa a ceder
o poder. Numa declaração difundida ontem à noite, a porta-voz da diplomacia europeia
diz que é importante que a passagem de poder aconteça sem demoras e sem requisitos,
e que a vitória de Alassane Quattara nas presidenciais não seja posta em causa. Uma
situação que leva o governo português a aconselhar os imigrantes portugueses residentes
naquele país africano a abandonarem o país, ainda que provisoriamente...... Um
pedido de Lisboa extensivo àqueles que queiram viajar para a Costa do Marfim para
o não fazerem neste momento... Segundo o secretariado de Estado das Comunidades
Portuguesas, na Costa do Marfim estão neste momento 12 portugueses, de acordo com
os registos oficiais…mas não há, até agora notícias de problemas envolvendo portugueses
nem de pedidos para a saída do país... Filomena Lopes, uma angolana casada com
um português que reside em Abidjan dá conta de um ambiente de medo.... RM…FILOMENA 1
Apesar da situação, Filomena Lopes recusa-se a deixar o país... para não perderem
tudo o que ganharam ao longo da vida.... RM…FILOMENA 2 E Filomena Lopes, acredita
ainda, que, apesar das circunstâncias, os portugueses vão resistir e não vão abandonar
o país... RM…FILOMENA 4 O testemunho de Filomena Lopes, uma angolana a viver
na capital da Costa do Marfim...... Na análise à situação que se vive no país,
Vitor Ângelo, antigo vice-secretário geral das Nações Unidas traça um quadro preocupante
e considera que é fundamental manter a pressão internacional para evitar o pior... RM…VATICANO
D23-4´17” A opinião de Vitor Ângelo, antigo vice do secretário-geral das Nações
Unidas entrevistado pelo nosso correspondente em Portugal Domingos Pinto... O Conselho
de Segurança da ONU promove em Nova Iorque nova reunião de emergência sobre a situação
na Costa do Marfim, dois dias depois de prolongada a missão internacional naquele
país. A pedido da Nigéria, que representa o grupo africano, também o Conselho dos
Direitos Humanos da ONU reúne em sessão especial, de onde deverá sair uma resolução
conjunta. A União Europeia, os Estados Unidos e a União Africana já decretaram
sanções contra Gbagbo e os seus apoiantes -- as primeiras das quais entram hoje em
vigor -- mas este reafirmou na terça-feira que é "o presidente legítimo" do país. A
violência entre os dois lados já provocou pelo menos 173 mortos, de acordo com as
Nações Unidas, que temem que a Costa do Marfim possa regressar a uma guerra civil. Gbagbo
pediu a retirada das forças da ONU da Costa do Marfim, mas a organização internacional
decidiu reforçar e prolongar a presença da missão internacional, que garante a segurança
de Alassane Ouattara, reconhecido internacionalmente como presidente eleito. Mas forças
de Gbagbo apertam o cerco. Vários países como a França, Alemanha ou Portugal, já
recomendaram aos seus cidadãos que residam na Costa do Marfim para abandonarem o país.