2010-12-22 12:54:59

COSTA DO MARFIM: IGREJA PREOCUPADA COM A VIOLÊNCIA


Cidade do Vaticano, 22 dez (RV) - A Igreja na Costa do Marfim – refere o jornal vaticano L'Osservatore Romano - está seriamente preocupada com a situação caótica que vive o país por causa dos controversos resultados das eleições. Depois dos confrontos, que já causaram dezenas de mortes, a tensão permanece alta. O Arcebispo de Abidjan e porta-voz do “Coletivo de líderes religiosos para as eleições pacíficas”, Dom Jean-Pierre Kutwa, fez um novo apelo para que o atual Presidente Laurent Gbagbo, e o presidente-eleito, Alassane Ouattara, “sejam razoáveis” e convidou a população à calma.

“Deus – recordou o arcebispo aos fiéis - não abandonará a Costa do Marfim e é ainda possível encontrar uma solução pacífica e democrática”. Desde 2005 os habitantes da Costa do Marfim esperam poder eleger o seu presidente. Atualmente, a Costa do Marfim tem dois presidentes e dois governos diferentes.

Alassane Ouattara, que segundo a Comissão Eleitoral Independente e a comunidade internacional, venceu o segundo turno presidencial de 28 de novembro último, no dia 4 de dezembro foi empossado como presidente, através de uma carta enviada ao Conselho Constitucional, o órgão competente para declarar o vencedor.

Precisamente o Conselho tinha revogado a vitória por presumíveis fraudes, num primeiro momento dada a Ouattara pela Comissão Eleitoral Independente, atribuindo-a, ao invés, ao atual presidente Laurent Gbagbo.

Este último prestou juramento algumas horas depois no palácio presidencial de Abidjan. As Nações Unidas, a União Europeia e os Estados Unidos reconheceram a vitória de Ouattara e pediram a Gbagbo para aceitar o resultado proclamado pela comissão eleitoral.

Nos últimos dias o Coletivo de líderes religiosos para as eleições pacíficas tinha exortado o povo e os políticos a fazer um esforço “em nome de Deus, em nome da Costa do Marfim e em nome das gerações futuras, para respeitar o resultado das urnas”.

Na sua mensagem, os líderes religiosos deploraram que se tenha passado “da violência verbal à violência física, e que o pior parece ainda está por vir”. Por este motivo, a mensagem convida os jovens a não perpetraem atos de violência e abandonar esse terreno que poderá criar um círculo vicioso”.

O Arcebispo de Abidjan recordou que “a eleição presidencial não é e nunca será a consagração de uma religião, de uma etnia, de uma região. O que desejamos é ter um presidente acima dos clãs, das tribos, das religiões, um presidente capaz de liderar nosso país e aqueles que nele habitam, em direção ao pleno desenvolvimento.

“Entretanto, a União Africana enviou o ex-presidente Sul-Africano, Thami Mbeki para mediar entre as duas partes. Mbeki continua a sua mediação, embora a situação seja muito delicada, ou melhror, continua tensa após o cancelamento do toque de recolher e da reabertura das fronteiras. (SP)







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