IRAQUE SEM A CELEBRAÇÃO DA MISSA NA NOITE DE NATAL
Bagdá, 21 dez (RV) - Após o ataque à Catedral de Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro e o contínuo assassinato de cristãos, não se celebrarão Missas na noite de
Natal em Bagdá, Mosul, e nem, em Kirkuk. Por questões de segurança, as igrejas não
terão enfeites e decorações, e as Missas serão celebradas apenas durante o dia e com
a máxima moderação.
Um estado de tristeza e luto perene reina entre os cristãos.
Há uma grande preocupação pelo futuro dos jovens que há dois meses não podem freqüentar
a universidade. Da parte do governo não se espera nada de tranqüilizador sobre a defesa
dos cristãos; a liderança está muito ocupada na formação do novo governo.
Em
Kirkuk, segurança é um pouco melhor do que na capital, mas também ali há seqüestros
e ameaças. “Por isso decidimos – explica à agência Asia News, o Arcebispo caldeu de
Kirkuk, Dom Louis Sako - pela primeira vez em sete anos desde a guerra, não celebrar
a Santa Missa durante a noite, e de não fazer festa. Não haverá Papai Noel para as
crianças, não haverá cerimônia oficial para as felicitações com as autoridades. São
já seis semanas que nós não celebramos missas por falta de segurança. Celebramos apenas
no final da manhã e na tarde de sábado”.
“Neste momento não estamos fazendo
nem catequese. Não temos o direito de pôr em perigo a vida das pessoas. Existem guardas
diante de todas as paróquias, mas o problema é quando você sai pelas ruas. Os cristãos
são um alvo fácil. Também neste ano, apesar de tudo, vamos rezar pela paz ".
Em
conclusão, afirma o prelado: “Na minha homilia insistirei sobre problemas, conflitos
e os medos, mas o Natal, certamente vai trazer uma mensagem de esperança. Evidentemente,
céu e terra são duas realidades diferentes. Ao Natal seguiu-se o massacre dos inocentes.
Também para nós iraquianos Natal, esperança e alegria estão ligadas à dor e ao martírio.
A paz é um projeto: especialmente os homens de boa vontade deveriam realizá-lo. Nós
cristãos, - conclui o Arcebispo Sako - se queremos ser cristãos, e se acolhemos o
Natal e a sua mensagem, devemos ser verdadeiros artesãos da paz, da concórdia entre
os nossos irmãos e irmãs iraquianos”. (SP)