Mantawai, 20 dez (RV) - Continua o trabalho da Caritas e das associações católicas
na Indonésia em favor das populações de Mantawai, atingidas pelo devastador tsunami
de 26 de outubro último, que causou a morte de mais de 500 pessoas. As organizações
humanitárias nacionais e internacionais deixaram o campo poucas semanas após a tragédia
por causa das dificuldades de alcançar os sobreviventes. O arquipélago encontra-se
a 10 horas de barco de Padang e é continuamente atingido por tempestades que muitas
vezes tornam impossível a navegação.
Confirma a lentidão das ajudas Irene
Setiadi, responsável da associação católica Kelompok Bakti Kasih Kemanusiaan (Kbkk).
A Agência Ásia News informou que a sua estrutura é uma das poucas a oferecer apoio
às pessoas atingidas - na maioria cristãos - que se encontram nas áreas mais difíceis
de chegar.
As operações são coordenadas por 9 voluntários, que também fazem
parte de outras associações diocesanas. “Nosso principal objetivo - disse - é levar
ajuda a quem tem necessidade, especialmente às vítimas esquecidas”. Padre Christo
Yohan, missionário franciscano entre os coordenadores da missão, disse que o grupo
teve de enfrentar ondas altas três metros e tempestades oceânicas para chegar à ilha,
onde vivem 66 famílias refugiadas em abrigos de emergência, e 143 desabrigados ainda
sem-teto.
“Os habitantes - afirma o padre - pediram com urgência um gerador,
caixas para armazenar água potável e serviços sanitários”. O missionário destaca ainda
a inércia do governo, que até agora não fez nada por essas pessoas, apesar das promessas
feitas após o tsunami. “Na verdade - disse ele - ainda não começaram a construir o
centro de acolhida temporário que devia estar pronto antes do Natal”. (SP)