Liberdade religiosa e paz: editorial do Padre Lombardi
(18/12/2010) “Os cristãos são actualmente o grupo religioso que sofre o maior número
de perseguições, em razão da sua fé”. É uma das afirmações mais impressionantes da
Mensagem do Papa para o próximo Dia Mundial da Paz, porque há muita gente que continua
a viver na falsa ideia de que os cristãos se encontram geralmente em posições de poder
e que são geralmente os que seguem outras religiões a serem discriminados, se calhar
por culpa dos cristãos. Ora uma crescente documentação, da parte de fontes fidedignas,
obriga, pelo contrário, a corrigir este perspectiva. E é justo reafirmá-lo. Mas
não é este o centro da Mensagem. Como todos os anos, esta dirige-se, num horizonte
amplo, ao bem de toda a humanidade, fazendo apelo à dignidade da pessoa humana, de
cada pessoa humana, e reivindicando um seu direito fundamental. Não é portanto uma
mensagem só a favor dos cristãos. É uma mensagem a favor de todos, que traz a marca
da experiência directa – e mesmo do sofrimento e da morte – dos cristãos, que reivindicam
para todos o direito de procurar a Deus, de O reconhecer e honrar na sua vida, pessoalmente
e ao mesmo tempo juntamente com os outros. Sem o respeito deste direito, de todos
e para todos, não se pode construir uma comunidade pacífica. Os fanatismos, os fundamentalismos
e o secularismo agressivo são inimigos da verdadeira paz.