2010-12-17 15:28:23

Graves violações da liberdade religiosa na China: duro comunicado da Santa Sé sobre uma recente Assembleia dos Católicos Chineses


(17/12/2010) A Santa Sé deplorou hoje a realização de uma assembleia de “representantes católicos na China”, sem autorização do Vaticano, criticando duramente a “atitude repressiva” de Pequim em relação às religiões. Em comunicado oficial, a Santa Sé considera que esta reunião foi “imposta a vários bispos, padres, religiosos e leigos” e fala em “actos inaceitáveis e hostis” por parte do regime comunista, em relação à Igreja Católica. Trata-se de uma “grave violação” dos direitos humanos, em particular da liberdade “de religião e de consciência” de todo os que foram “forçados a tomar parte na assembleia”.
A oitava assembleia de representantes católicos chineses decorreu em Pequim, de 7 a 9 de Dezembro, apesar da oposição da Santa Sé e da resistência de muitos católicos do país. Durante as reuniões, foi eleito o presidente nacional da assembleia patriótica católica, controlada por Pequim, e o presidente do conselho dos bispos chineses, dois organismos que tentam edificar uma Igreja independente da autoridade do Papa.
Para a Santa Sé, tanto esta assembleia como uma recente ordenação episcopal sem mandato pontifício “prejudicaram, unilateralmente, o diálogo e o clima de confiança que tinha sido estabelecido” nas relações entre Pequim e o Vaticano. Reafirmando o seu “desejo de dialogar” de forma honesta, os responsáveis da Santa Sé assinalam que “actos inaceitáveis e hostis como
os mencionados provocam uma grave perda de confiança”.
O comunicado aponta o dedo ao “persistente desejo de controlar a área mais íntima da vida dos cidadãos, nomeadamente a sua consciência” e pede que a China não interfira “na vida interna da Igreja Católica”, algo que, do seu ponto de vista, retira “crédito” ao país. Segundo o comunicado, estas tentativas são um “sinal de medo e fraqueza”, de “intolerância intransigente”.
A chamada Assembleia Popular Católica foi criada em 1957 para evitar "interferências estrangeiras", em especial do Vaticano, e para assegurar que os católicos vivessem em conformidade com as políticas do Estado. A Santa Sé considera que a recente assembleia tornou “mais difícil” o caminho de reconciliação entre os católicos das “comunidades clandestinas” e os das “comunidades oficiais”.
Sublinhando que “não pode reconhecer o Conselho dos Bispos da China como uma conferência episcopal”, o Vaticano lamenta que um bispo “ilegítimo” (Ma Yinglin) tenha sido nomeado como seu presidente, classificando como “deplorável”, por outro lado, o facto de o presidente da Assembleia Popular Católica (Fang Xinyao) ser um bispo reconhecido por Roma.








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