Úrsula Juliani, religiosa italiana, mística (séc. XVII-XVIII) foi o tema da audiência
geral.
(15/12/2010) A morte não tem a ultima palavra sobre o homem. Por isso devemos manter
o olhar fixo no Paraíso, meta do nosso caminho terreno, onde viveremos juntamente
com tantos irmãos e irmãs a alegria da comunhão plena com Deus. Foi o que afirmou
o Papa Bento XVI durante a audiência geral desta quarta feira dedicada á figura de
Santa Verónica Juliani, monja clarissa capuchinha falecida em 1727 depois de uma
dolorosíssima agonia de 33 dias No baptismo recebeu o nome de Úrsula. Três das
suas irmãs abraçaram a vida religiosa no convento de Santa Clara na sua cidade natal.
Embora o seu pai quisesse que Úrsula se casasse, ela desejou ardentemente
desde criança pertencer totalmente a Jesus. Entrou muito jovem no mosteiro das Clarissas
Capuchinhas de Castello, recebendo o nome de Verónica .
Não teve uma vida
fácil, mas enfrentou todas as provações por amor a Jesus, com total confiança Nele,
oferecendo tudo pela Igreja. Desejava sofrer em união com Cristo pela conversão dos
pecadores.
Santa Verónica Juliani teve muitas visões e experiências místicas,
escritas por ela no seu diário. Uma apoplexia (afecção cerebral) conduziu-a á morte
em 9 de Julho de 1727. Foi beatificada pelo Papa Pio VII e canonizada por Gregório
XVI, em 1839.
Bento XVI fez depois um resumo da sua catequese em português,
saudou os fiéis lusófonos presentes na audiência e concedeu a todos a sua bênção apostólica.
"Queridos irmãos
e irmãs,
Completam-se nestes dias 350 anos do nascimento de Úrsula Juliani,
que, aos 17, entrou no mosteiro das Clarissas Capuchinhas na «Città di Castello».
Aqui ficará toda a vida, tomando o nome de Verónica, pelo qual é conhecida: Santa
Verónica Juliani. A fonte principal para conhecermos a sua espiritualidade é o Diário:
sente-se amada por Cristo, Esposo fiel e sincero, e quer corresponder com todo o amor
de que é capaz uma criatura. Revela-se uma testemunha corajosa da beleza e da força
do Amor divino, que a atrai, invade e abrasa. É o Amor crucificado que se imprimiu
na sua carne – como na de São Francisco de Assis – com os estigmas de Jesus. As últimas
palavras de Verónica podem considerar-se a síntese da sua apaixonada experiência mística:
«Encontrei o Amor, o Amor deixou-Se contemplar!».
Amados peregrinos de língua
portuguesa, a minha cordial saudação de boas-vindas para todos vós. Fortes na fé,
possam os vossos corações estar sempre ao serviço dos irmãos por amor de Deus. Sobre
vós e vossas famílias, invoco abundantes bênçãos do Céu, sendo a maior e o resumo
de todas elas Jesus Cristo, Deus feito homem. A sua presença alegre a vossa vida,
como sucedeu com a Virgem Mãe, que O concebeu por obra do Espírito Santo! Feliz Natal!"