Cancun, 15 dez (RV) - “O desafio mais urgente é continuar o nosso trabalho,
porque a humanidade está à beira de um abismo”: é o forte apelo que as comunidades
cristãs - representadas no Conselho Mundial de Igrejas - lançaram por ocasião da conclusão
da XVI Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Cancun,
no México. A reunião da ONU, que produziu dois documentos de compromisso, adiou para
um próximo encontro a discussão de um tratado internacional sobre as mudanças climáticas.
“Muito tempo – está escrito na declaração do Conselho Mundial de Igrejas e
publicada pelo jornal vaticano L'Osservatore Romano - se passou desde a primeira Conferência
sobre as mudanças climáticas, realizada em 1995, mas os problemas e os desafios são
ainda atuais”. A pesquisa científica, apoiada em modelos climáticos e estatísticos,
bem como a partir de simples observações dos fenômenos por parte dos povos indígenas
- sublinha o documento -“confirma que as condições climáticas mudaram devido à atividade
humana e que essas mudanças se revelaram desastrosas para o planeta, enquanto ainda
não somos capazes de tomar medidas que são inevitáveis”.
Agora, - esse é o
sentido do apelo dirigido especialmente aos governos -, todos os esforços devem ser
apoiados, sem hesitação, porque está em jogo o próprio futuro da humanidade: “Não
podemos permitir um novo fracasso por parte dos Governos. É necessário pôr de lado
os interesses egoístas, a falta de liderança, adiamentos e imobilidade. Chegou o momento
de estabelecer acordos corajosos, justos e vinculantes”.
No documento destaca-se
o forte compromisso das comunidades cristãs em favor da salvaguarda da criação e do
desenvolvimento sustentável. Delegações do Conselho Mundial de Igrejas participaram
desde 1995 de todas as Conferências internacional sobre as mudanças climáticas. (SP)