Abidjan, 14 dez (RV) - Os líderes religiosos da Costa do Marfim promovem seis
dias de jejum e oração pela paz no país, após os resultados do segundo turno das eleições
presidenciais realizadas em 28 de novembro passado.
Numa nota, assinada pelo
Coletivo de Religiosos pela Paz, os líderes religiosos fizeram um apelo à população
para que não ceda à provocações e violência. Os seis dias de jejum e oração se concluirão
no próximo dia 18.
No último dia 3, o Conselho Constitucional anulou os resultados
proclamados pela Comissão Eleitoral que declarou como vencedor do segundo turno das
presidenciais Alassane Ouattara, que obteve 54% dos votos.
O Conselho Constitucional
não reconheceu tal resultado declarando vencedor do segundo turno o presidente Laurant
Gbagbo. A Costa do Marfim tem agora dois presidentes, com dois respectivos primeiros-ministros
e governos.
A comunidade internacional reconheceu a vitória de Ouattara e na
Costa do Marfim está crescendo o medo de uma nova onda de violência, alimentada também
pela divisão étnica.
Diante desse cenário, os líderes religiosos marfinenses
pedem à população para não proferir palavras de exclusão das minorias étnicas, religiosas
e nacionalistas, e não perpetrar agressões e ameaças.
A União Europeia estabelecerá
medidas restritivas contra a Costa do Marfim, relativas a quem impede o andamento
do processo de paz, sobretudo contra aqueles que não querem aceitar os resultados
eleitorais.
A Costa do Marfim foi suspensa das atividades da União Africana.
(MJ)