Presidente da conferencia episcopal portuguesa assinalou 20 anos da Fundação Evangelização
e Culturas e apelou ao voluntariado em países de língua portuguesa
(13/12/2010) O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga,
apelou hoje a uma maior adesão ao voluntariado, sobretudo na comunidade de países
de língua portuguesa, contestando o “exagero” da burocracia que dificulta este tipo
de trabalho. “Urge na Igreja e em Portugal promover um maior e mais consciente
voluntariado”, afirmou o arcebispo de Braga na abertura do seminário “Fé e Cooperação”
que hoje decorre em Lisboa. A iniciativa visa assinalar o 20.º aniversário da Fundação
Evangelização e Culturas, uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento
(ONGD), instituída pela Igreja Católica em Portugal (Conferência Episcopal e Institutos
Religiosos). A FEC surgiu em 1990, na sequência das celebrações dos 500 anos da
Evangelização das Igrejas Lusófonas, e tem como missão “fomentar, potencializar e
coordenar as vontades e os meios da Igreja portuguesa no seu relacionamento e cooperação
com os países lusófonos”. Para o arcebispo de Braga, a cooperação com a comunidade
de países de língua portuguesa deve ser reforçada, sublinhando que o voluntariado
“não empobrece quem parte e enriquece imenso” quem o recebe. “Reconhecemos ainda
hoje o exagero de demasiadas burocracias, mas muitas dificuldades foram já ultrapassadas.
Sentimos porém que o intercâmbio podia ser mais facilitado sem fugir às exigências
da legalidade”, apontou o presidente da CEP. Além do voluntariado, o apelo de Jorge
Ortiga abrangeu também os patrocinadores, com o arcebispo de Braga a incentivar as
instituições a contribuírem para uma “justa distribuição” de recursos. “A crise
não justifica que nos fechemos, pode ser uma porta que se abre a novas aventuras com
resultados para os dois lados”, declarou. No mesmo seminário, o antigo presidente
da República Jorge Sampaio apelou por seu lado a um maior diálogo inter-religioso. “Os
tempos não vão fáceis. Por isso é que é tão necessário que cada civilização, cada
religião e cada cultura seja capaz de praticar no seu próprio interior a tolerância,
o reconhecimento da liberdade de consciência e o direito à diferença”, afirmou, enquanto
alto representante da Aliança das Civilizações, iniciativa das Nações Unidas. Para
Jorge Sampaio, o diálogo entre culturas e religiões “é o melhor contraponto para o
isolamento e para o confronto” e também um incentivo à tolerância e ao entendimento. Redacção/Lusa/Ecclesia